terça-feira, 3 de maio de 2011

O que é a Justiça para mim?

Ouvem-se falar muitas das vezes em justiça e democracia, coisas que identificam uma pessoa, na forma como as pode estabelecer ou não. Do meu ponto de vista, justiça só se faz se as pessoas, independentemente do seu poder, agem de forma imparcial e aplicam a democracia pura. A democracia divide-se em duas vertentes: a forma – onde se inclui a discussão e negociação da situação e das decisões a tomar – e o conteúdo ou assunto. Para tal, há que dominar uma autoridade imparcial a todos os pontos de vista estabelecidos caso contrário, como é que se pode fazer justiça recorrendo apenas ao conteúdo da situação? Recorrendo o imperativo categórico, se todas as pessoas com poder recorressem ao conteúdo e usassem a sua soberania a favor das suas vontades, o mundo tornava-se numa completa Babilónia… Em Alice no país das maravilhas é referido um poema a falar sobre a teoria de justiça naquele lugar em que a arbitrariedade e a prepotência dominavam. Isto é, apenas uma pessoa tomava decisões e posições consoante o que lhe desse jeito utilizando o poder que lhe era cedido em prol das suas vontades e jamais poderia ser postas em evidência. Neste caso, não interessa a forma pois as decisões são continuamente tomadas por alguém de base tirana que só se preocupa com objectivo que o próprio impôs sem consultar outras mentalidades, o que põe em causa o conceito real de democracia. Isto acontece no XI e XII Cap. No julgamento do Valete em que o Rei (Arbitrário) e a Rainha de Copas o acusam de comer as tartes da Rainha e juntamente com outros, Alice também presta o seu depoimento. Enquanto sentada, a personagem começa a aumentar significativamente de tamanho – ou seja, desta maneira é-lhe cedido certo poder – e começa a dizer aquilo que pensa entre outras coisas sem qualquer receio, estando até esse momento calada. Este acto de Alice também não é considerado democrático apesar de justo, pois assim que lhe é dado certa soberania esta a utiliza conforme o seu objectivo primordial, que é defender o seu ponto de vista. Podendo também relacionar-se com a noção da importância de “comer” na história em que “os peixes grandes comem peixinhos”. Esta ideia aparece sempre que o grande exerce poder sobre o pequeno. Seguindo o exemplo dado por Alice – na cadeia alimentar – em que na hierarquia do mundo os mais fortes usam o seu poder o para dominar os mais fracos, os mais desprotegidos.

Jolei Pena

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