sábado, 29 de outubro de 2011

Texto Argumentativo - Touradas em Portugal

Tourada é um espectáculo típico em Portugal, que consiste numa lide de toiros bravos. É considerado um património material, em que muitos dizem que evoluiu a cultura, pois faz parte de um património e há que defende-lo. No entanto, começa a haver grupos de defesas aos animais a oporem-se a esta arte tão apreciada por alguns, pois dizem que os animais sofrem de dores insuportáveis e acham que é uma crueldade sem nenhuma justificação que não esta incluída em nenhuma tradição humanista. Li um texto de uma mulher que falava de touradas com se fosse algo de uma tremenda crueldade, qualquer apreciador de tauromaquia poderia ficar assustado com as suas ideias, a algumas completamente erradas. E dizia assim:

                Dias antes do espectáculo, são colocados pesos sobre as costas do touro que lhe causam muitas dores. Um dia antes, é posto num recinto escuro, sem água ou alimento. Dão-lhe laxantes, provocando diarreias que o desidratam. As pontas dos chifres são cerradas, tornando-se sensíveis e dolorosas a qualquer toque. Seus olhos são besuntados com vaselina, o que dificulta a visão. Quando a porteira se abre e ele entra na arena cheia de claridade, está fraco, debilitado, dolorido e sem enxergar direito. As roupas coloridas e cheias de lantejoulas dos toureiros confundem ainda mais a visão do animal. Montados a cavalo, os "picadores" iniciam a tortura. Lanças são espetadas em suas costas, perfurando-as até o pulmão”

            Bem, claramente a pessoa que disse isto é a favor dos direitos dos animais e tudo mais, mas as afirmações dela só vêem o lado mau exagerando ate no que diz. Tirando partido da brutalidade e do sangue derramado nessas touradas, pensado que conseguem proibir não só as touradas de morte mas também as touradas sem touros de morte, um acto que acho que é impossível no meu ponto de vista.

            A tauromaquia é uma arte, reconhecida e classificada como tal no estado Português. A arte para mim não se discute, cada um tem os seus gostos, e cada um vê aquilo que quer. Ainda para mais, para muitas zonas do nosso país é uma óptima forma para ajudar na economia pois chama vários turistas a assistir a algo que não podem assistir em muitos locais, contribuindo para o desenvolvimento das populações locais. Também contribui ecologicamente para a preservação da espécie, pois caso não houvesse touradas já estaria extinta e no meu ponto de vista é muito menos doloroso para o animal ser morto na arena a “sangue frio” do que por vezes esperar para ser o dia de ir para o matadouro. Mas no entanto existem animais que sofrem muito mais por causa de pessoas, que por vezes até se dizem defensores dos animais, tomando como exemplo o abandono dos cães e dos gatos esta situação acontece mais no Verão quando os donos dos animais pensam em ir de férias sem nenhuma preocupação. Mas de certeza absoluta que ainda ninguém viu nenhum touro abandonado pela rua, ou a morrer no pasto com falta de comida.

Será que alguém tem o direito de impedir os cidadãos de se divertirem, assistindo a um espectáculo tauromáquico?

Sobretudo se o divertimento faz parte da tradição da festa brava, enraizada, pelo menos, numa parte do povo?

Não será verdade que a liberdade de proibir os outros vai contra  a liberdade de cada um assistir?

Mas também não será verdade que a liberdade de cada um termina onde começa a dos outros?



 Sou Portuguesa, e acho que como tal não devo opor-me as minhas tradições, desde pequena que assisti a touradas, vacadas e largadas e tenho a dizer que é um excelente espectáculo, aconselho a todos os que como aquela mulher que disse tais exageros a pensar no “porque” e no “para que” é que os touros existem afinal, e porque é que tanta gente tem gosto em ver tal espectáculo… Assistam a uma boa tourada e logo verão o que fascina tantas pessoas.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Orgulho e Preconceito

O livro que apresentei chama-se “Orgulho e Preconceito”, escrito por Jane Austen.
Esta obra retrata a vida de uma família da pequena burguesia, os Bennet.
O principal problema que a família Bennet enfrenta é não ter um filho varão para continuar a sua linhagem e assegurar após a morte do Sr. Bennet, a sustentação da Sra. Bennet e das suas cinco filhas, para não perderem os seus bens e não viverem na pobreza. Para a Sra. Bennet esta situação não lhe agrada. Por isso ela começa a ser a casamenteira das suas filhas, três das quais terão uma união favorável.
Um dos assuntos principais da obra é o casamento. Qual é o rendimento do pretendente por ano, será que ele é solteiro ou casado? E naquela altura era a única coisa que interessava. A fortuna, as propriedades, as maneiras cavalheirescas, todos os atributos que transmitiriam a ideia do marido perfeito.
Mas Jane Austen tenta opor-se a este conceito de casamento. Na sua opinião pessoal o casamento é sinónimo de amor, felicidade, mas para a sociedade do século 19 o casamento vê-se como um negócio. O homem rico tem de se casar ou será julgado por não o fazer, por sua vez o papel da mulher é de casar com o pretendente que os pais escolherem. Por isso quando no excerto: “É uma verdade universalmente aceite que um homem solteiro na posse de uma fortuna avultada necessita de uma esposa”, esta palavra “necessita”, é mais uma obrigação monetária e social do que uma escolha de livre vontade.
Uma das personagens principais que decide o destino desta família é o Sr. Collins.
O Sr. Collins é primo do Sr. Bennet e após a sua morte, possuirá a propriedade dos Bennet. Na obra o Sr. Collins foi convidado a ir a casa dos Bennet com o propósito de se casar com uma das suas cinco primas, acabando por se declarar a Elizabeth. Elizabeth recusa o seu pedido, mesmo que essa união pudesse salvar as suas irmãs e a sua mãe da miséria. A Sra. Bennet sente-se extremamente zangada com a resposta de Elizabeth e no final de tudo é a decisão de seu pai que esclarece todos os problemas.
O Sr.Bennet é uma personagem muito avançada do seu tempo. Um pai naquela época que tivesse bom senso, nunca iria deixar a sua filha decidir um assunto que era decidido pelo sexo oposto. E ainda por cima o matrimónio que decidiria a vida da sua família.
Outro assunto que acho importante realçar é a diferença de estratos sociais, que é muito valorizado para a ocorrência do casamento.
Elizabeth quando conhece o Sr. Darcy, um aristocrata que possui a propriedade de Pemberly e que no livro é considerado o homem mais rico da região, vê-o como a pessoa mais orgulhosa e desagradável do mundo.
Porém, quando Elizabeth começa a conhecê-lo melhor, percebe que o Sr.Darcy não passa de um homem inseguro que não tem a culpa de possuir uma fortuna tão grande. No final da obra Elizabeth casa-se com o Sr. Darcy, embora eles sejam de estratos sociais completamente diferentes.
Para muitas personagens a união foi positiva, principalmente para a família de Elizabeth. Contudo para outros acharam que era desrespeitoso o Sr. Darcy casar-se com alguém inferior ao seu estatuto. Como por exemplo a sua tia, a Lady de Bourgh, uma aristocrata orgulhosa, que humilha e domina todos os que a rodeiam.
Eu acho que este romance, critica a discriminação existente na sociedade que impede as mulheres de herdarem os bens ou as propriedades da família, os quais, na falta de um herdeiro directo varão, passam directamente para o parente masculino mais próximo, colocando as descendentes directas numa situação financeira bastante complicada.
Outro dos pontos importantes que a autora insiste é que não importa em que estrato social a mulher se encontra, ela deve casar-se com quem ela quiser, quer seja por amor, por afinidades intelectuais ou temperamentais.
Eu acho que a autora foi muito corajosa ao mostrar as suas ideias inovativas e fora do vulgar, que poderiam ser descriminadas pela sua sociedade. Porém a obra Orgulho e Preconceito tornou-se um dos clássicos da literatura inglesa e do mundo.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sermão de Santo António

“Pois tudo aquilo é andarem buscando os homens como hão-de comer, e como se hão-de comer.”

Esta frase que retirei do segundo parágrafo do capítulo IV mostra um ponto essencial.  Os Homens são egoístas! Tudo, ou grande parte do que fazem, tem algum proveito próprio, uma segunda intenção. Andamos todos a procura do melhor para nós, e não nos apercebemos de que todos fazemos exactamente o mesmo e, por isso, acabamos muitas vezes intencionalmente ou inconscientemente por andarmos aos “encontrões” uns aos outros.
Os Homens grandes comem os homens mais pequenos. E quando digo grandes e pequenos não falo exactamente em tamanho mas, noutros aspectos que fazem nesta sociedade um homem ser designado de “grande” ou ”pequeno”. E dentro destas duas posições, os grandes mesmo injustamente acabam sempre por comer os mais pequenos. Isto mostra-nos portanto a falta de justiça e a desigualdade que há!


Mafalda Caldeira

Sermão de Santo António aos peixes

         No segundo parágrafo da secção quatro do Sermão de Santo António aos peixes, o padre António Vieira refere muitas vezes o verbo “comer”. Para mim, neste parágrafo, há duas interpretações possíveis para esse verbo, uma delas é o sentido do verbo em si mesmo, ou seja, quando o Padre António Vieira diz que os peixes grandes comem os mais pequenos, é no sentido em que realmente para sobreviverem, os peixes grandes alimentam-se dos mais pequenos. Mas também é verdade que este verbo pode ter um significado figurado, pois podemos comparar os peixes aos homens, e vê-mos que os homens poderosos se aproveitam das indefesas dos menos poderosos, tal como os peixes maiores se aproveitam dos mais pequenos. Assim o conceito “comer” tem outra interpretação quando é aplicada aos homens.

Reflexão sobre o verbo "comer"

O Sermão de Santo António aos peixes é uma obra onde sucessivamente a interpretação de cada palavra transcende o seu sentido literal. A IV secção não é excepção, sendo o verbo comer o ponto central dessa alegoria.
Quando atribui o verbo comer aos peixes, Padre António Vieira refere-se mesmo ao modo de sobrevivência destes. No entanto, quando os homens são o assunto central, comer perde todo o seu sentido literal, passando assim a representar uma crítica implícita à justiça. 
             Injustiça, é apenas essa a ideia que o autor pretende reforçar, sendo evidente nas frases: “os peixes grandes comem os mais pequenos” e “Os homens, com suas más e perversas cobiças, vêm a ser como os peixes que se comem uns aos outros” . Quer isto dizer que os mais fortes aproveitam-se dos mais fracos para atingir os seus fins, visto que estes não têm meio de defesa. Os abusos de poder são sucessivos e marcantes em toda a sociedade. A palavra igualdade é mencionada apenas para esconder a verdadeira realidade. 
Para quê pensar nos outros? É esta a pergunta que Padre António Vieira repreende, mas de uma maneira suavizada. O verbo comer foi a chave encontrada para abrir a porta que, naquela altura, todos tentavam fechar. 

                                                                                                                Ana Catarina Cardoso

Sermão de Santo António aos Peixes

Na quarta secção do Sermão de Santo António aos peixes faz uma acusação aos peixes em que o principal defeito deles é de se comerem uns aos outros e os maiores comerem os mais pequenos. Deste modo, na minha opinião critica a prepotência dos Homens poderosos, que, como peixes, vivem do sacrifício dos mais pequenos, homens poderosos aniquilam os mais frágeis, os marginalizados da sociedade, os quais "engolem" e "devoram e também todos os Homens, com suas más e perversas cobiças, vêm a ser como os peixes que se comem uns aos outros. Ele faz referência à tribo de Índios brasileiro chamado Tapuias, que tinha hábitos antropófagos, mas refere-se, muito mais aos homens da cidade que se comem uns aos outros. Os homens andam à procura uns dos outros param se comerem mutuamente.
 Quando alguém morre, segundo ele, há muitos que desejam comê-lo. Sendo sempre os mais desfavorecidos e miseráveis a serem comidos. Mas os homens também se comem uns aos outros mesmo dentro da mesma classe social, porque cobiçam os bens uns dos outros, são interesseiros: Posto isto, nesta seção faz uma crítica social ainda hoje tão actual.

Sermão da Santo António aos Peixes

O quarto capítulo do sermão de santo António aos Peixes é dedicado às críticas. Utiliza o verbo comer para criticar tanto os peixes como os homens.
No segundo parágrafo fala aos peixes para que estes observem os Homens, no seu dia-a-dia, para que desta forma os possa criticar.
Não utiliza o verbo comer na verdadeira acepção do termo, utilizando-o para se referir ao mal que os Homens fazem uns aos outros.
Santo António chama à atenção para o facto de que os homens passam a vida á procura de uma vida melhor, mesmo que para isso prejudiquem o próximo. Os Homens cobiçam aquilo que é dos outros e só se não poderem é que não se apropriam dos seus bens, se não o conseguem ainda em vida fazem-no depois de morto.
 Os mais fortes, mais poderosos e mais importantes, aproveitam-se das fraquezas dos mais pobres e por isso mais fracos.
 Critica também os Homens que pela sua ambição, passam por cima dos outros, prejudicando-os, para atingirem os seus objectivos.

A injustiça e a desigualdade

O sermão de Santo António aos peixes é uma alegoria e como tal muitos dos argumentos utilizados tem de facto um sentido figurado que ultrapassam o próprio sentido literal das palavras.
   É o que acontece no secção IV, quando sucessivamente o verbo comer é utilizado.
   Com isto o Padre António Vieira mostra a sua posição em relação à desigualdade existente entre as pessoas, já que menciona o facto de serem os “peixes grandes a comerem os peixes pequenos” ou seja apesar de sermos todos pessoas não nos consideramos nem agimos como iguais.
   Isto mostra-nos também a injustiça que existe, já que aqueles que por uma ou outra razão são considerados como mais fracos não são defendidos, antes pelo contrário acabam por ser prejudicados por determinadas pessoas que não olham a meios para atingir os seus fins e que principalmente pensam nelas primeiro.
   O verbo comer acaba por ser uma janela para que todos possamos entender a critica implícita que o autor pretende transmitir.

Sermão aos Peixes

Na IV secção do sermão, o termo que prevalece é o termo "comer". Este pode ter dois sentidos: o sentido literário (peixes) e o sentido figurado (homens).
No carácter geral, Santo António faz uma acusação aos peixes, por se comerem uns aos outros. Para comprovar tal recorre ao exemplo dos homens. Estes comem-se uns aos outros no sentido figurado , pois estes praticam a exploração dos mesmos.
Santo António faz tambem uma comparação entre os rituais dos Tapuis (índios brasileiros) e os "rituais" sociais dos homens, na qual considera este segundo como sendo o mais grave.
Na minha opinião, Santo António tenta prepreender tanto os peixes como os homens, nao só por se "alimentarem" dos outros como também pelas injustiças que existem.

Silvia Amaral nº 25
No sermão de Santo António aos peixes, podemos ver que quando Padre António Vieira fala no que se pode repreender nos peixes, que os maiores comem os mais pequenos, e a partir daí faz depois a ligação com os homens, dizendo que eles fazem precisamente o mesmo, se refere às várias injustiças que se podem observar dentro de uma sociedade, o que os homens são capazes de fazer aos seus semelhantes, e fala nisso como algo que devia ser punível e repreensível. Os homens “pisam-se” uns aos outros, muitas vezes sem remorsos ou vergonha, não olham a meios para atingir os seus fins, e ainda pior, são os mais poderosos, os mais ricos, que “comem” os mais pobres e fracos. Isto realça ainda mais a injustiça , a crueldade com que nos comportamos uns com os outros.
Na secção IV do Sermão de Santo António aos Peixes de Padre António Vieira sobressai um verbo, o verbo “comer”, verbo o qual é referido com dois sentidos o sentido literal e o sentido figurado.
Na minha opinião, o autor da obra, emprega este verbo com a intenção de demonstrar que os peixes são iguais aos homens devido ao facto de estes comerem se uns aos outros embora uns no sentido literal e outros no figurado (homens). Tal como é habitual nesta obra chegamos às conclusões indirectamente e muitas vezes com o uso de recursos estilísticos
O verbo “comer” não significa apenas alimentar-se, ingerir alimentos em determinados contextos, como em relação ao homem, significa usurpar o dinheiro do defunto, explorá-lo.

Sermão de Santo António aos peixes

Na quarta secção do sermão o termo que prevalece é o verbo “comer”. É utilizado somente para comparar os peixes com os homens e nomear os defeitos, as injustiças e a maldade existentes hoje em dia. O sentido literário da palavra perde importância visto que o sentido figurado é na nossa sociedade a verdadeira realidade.
Não se trata portanto de comer-mos para sobreviver. O comer a que se refere Santo António está muito longe de ser imprescindível. É apenas a maneira mais fácil que os homens encontram para progredir na vida. É claramente mais fácil derrubar e prejudicarmos quem nos rodeia em vez de nos esforçarmos de maneira limpa e justa. Como afirma Santo António os homens comem-se mais na cidade e civilização do que os Tapuias numa tribo de canibais e de uma maneira igualmente animalesca.
O que se vê nos dias de hoje é a procura do homem pelo alimento que não o pode alimentar, por quem pode comer, explorar e deitar abaixo sem remorso algum. E outro aspecto interessante é que, como acontece nos peixes, são sempre os maiores que comem os mais pequenos. Quem tem recursos tem a tarefa facilitada. Os pequenos são a maioria das vezes os pobres e mais fracos que não podem agir perante este funcionamento. Já que se escolhe agir deste modo era mais eficaz comer um grande que serve de alimento para inúmeros pequenos.
O que acontece é uma coisa que não se observa á superfície mas sim compreendendo a personalidade maldosa da gente de hoje. Vemos assim homens que desesperadamente anseiam por acabar com os outros, pois cheios de cobiça, não são inteligentes o suficiente para crescer de outra maneira. Pois o engraçado é que antes mesmo de sermos comidos pela terra como manda a vida somos já alimento enquanto vivemos na terra.  

domingo, 16 de outubro de 2011

Sermão de Santo António aos peixes

  Nesta alegoria onde existe um confronto entre o Bem e o Mal e uma clara crítica a vários aspectos da sociedade encontramos no discurso do Padre como que um escudo protector para chegar onde quer mas de maneira mais suavizada e indirecta, ao mesmo tempo que diz determinadas coisas, diz também aquilo que não refere.

  Santo António após elogiar e captar as atenções dos peixes está agora a criticar e repreendê-los. 

  Na secção IV a nossa atenção remete para o uso de um determinado verbo, ‘comer’.

  Neste caso, ‘comer’ está aplicado ao mal, figuradamente podemos dizer que são os mais fortes que comem os mais fracos, aplica-se assim a Lei do mais Forte. Os maiores prevalecem sobre os mais pequenos, sendo tudo isto indicado como um defeito da sociedade.

   Santo António critica os homens devido a tal maldade e ganância de tudo quererem ‘comer’, chega mesmo a compará-los a tribos. Nenhum Homem escapava à regra, era geral.

   A sofreguidão do Homem era tão grande que não olhava a meios para conseguir o que queria, mesmo que fosse preciso ‘comer’ todos aqueles que se atravessassem no caminho.

Secção IV do Sermão

Na quarta secção do Sermão de Padre António Vieira aos Peixes podemos constatar que no segundo parágrafo aparece várias vezes o verbo “comer”, este tem no texto dois conceitos: o conceito literal e o conceito figurado.
Durante o sermão padre António Vieira diz que os peixes pequenos são comidos pelos grandes, o que é um facto, porque estes para se alimentarem precisam de comer sendo então as suas presas peixes menores (este é o conceito literário, é por isso um facto real). Por exemplo uma baleia come uma sardinha, isto é normal, pois seria estranho se acontecesse o contrário.
O conceito figurado é referido no texto quando o Padre António Vieira diz que os Homens também se “comem” uns aos outros, aqui o autor quer dizer que conforme os peixes pequenos são comidos pelos grandes (pelos mais poderoso e temidos), os Homens são por sua vez também comidos por homens mais fortes, poderosos, ricos ou até por sucessores.
Assim concluo que o Homem não passa de um animal que faz tudo o que está ao seu alcance para conseguir sobreviver (assim como os peixes).

Sermão de Santo António aos Peixes - Secção IV (conceito literal e figurado do verbo "comer")

O 2º parágrafo da IV Secção do Sermão de Santo António aos Peixes, de Padre António Vieira, é uma repreensão geral aos peixes, criticando-os de se comerem uns aos outros, quando na verdade o que este pretende é criticar os homens que também o fazem.
Quando se refere a estes últimos, o verbo “comer” toma um sentido figurado, pois o autor apenas quer dizer que os homens, para atingirem os seus objectivos, são capazes de ultrapassar todos os limites. Enquanto os peixes grandes comem outros mais pequenos por uma questão de sobrevivência (conceito literal), os homens prepotentes pretendem destruir os mais frágeis, para ficarem cada vez mais ricos (conceito figurado).
Embora esta obra tenha sido escrita no século XVII, pode afirmar-se que nos nossos dias estas mesmas circunstâncias são ainda um facto!

Os peixes grandes comem os pequenos

Na secção quatro do Sermão de Santo António aos peixes, o principal conceito referido é o verbo “comer”. O Padre António Vieira explica que, em relação aos peixes, eles comem-se uns aos outros mas de uma forma injusta. Os peixes grandes comem os pequenos, e os pequenos o que podem fazer acerca disso? Nada. Na opinião do autor, seria muito mais compensador se vários peixes comem-se um peixe grande, do que se ocorresse o contrário. Vários ganhariam com isso, em vez de um só pensar no seu proveito, e isto também acontece com os homens.

Os homens tomam proveito uns dos outros para o seu próprio bem e vaidade, sem pensar no bem comum, tornando-se o peixe grande. Por vezes nós “comemos” os outros sem sequer darmos a conta de o fazermos, e quem tem que arredar com as consequências? São os outros, neste caso sendo representados no sermão como os peixes pequenos. Somos constantemente as vitimas ou os predadores.

E é isso que o Santo António tenta alarmar a população de Maranhão: que devem pôr de lado as suas necessidades e pensarem mais na comunidade, do que em si próprios.

Secção IV- 'Sermão de Santo António aos peixes'- reflexão do verbo comer

Reflexão acerca do verbo comer no ‘Sermão de Santo António aos peixes’
O sermão aos peixes é dividio em duas partes, uma em que Santo António os louva e noutra onde critica. É nesta parte onde ele os critica que aparece a referência ao verbo comer. Este verbo pode ter duas interpretações , poderá estar no sentido literal , quando se diz que ‘os peixes se comem uns aos outros’, a verdade é que se comem mesmo e é assim que se alimentam, ou no sentido figurado, quando se diz que ‘os homens se comem uns aos outros assim como os peixes’.
                Neste último sentido, o figurado, não é nada mais nada menos do que se passa hoje em dia ,e como podemos comprovar é algo que já veio desde sempre. Os mais ricos quererem sempre deitar a baixo quem tem mais dificuldades. Exemplos para este facto temos os impostos que soubem cada vez mais e só o pobre sofre com eles.
Os Homens para subirem na vida só se preocupam consigo e se fôr preciso derrubar outrém o que é que eles fazem ? derrubam sem qualquer preocupação, desde que eles fiquem bem e com o que querem, o resto não importa.

sábado, 15 de outubro de 2011

Sermão de Santo António aos peixes, secção IV

No primeiro e segundo parágrafo desta secção o Padre António Vieira fala-nos dos defeitos dos Homens. Usando os peixes, diz que eles se comem uns aos outros e mais importante, que os grandes comem os pequenos e não ao contrário. Ele acaba por pedir aos peixes que olhem para os Homens, que não são melhores que eles, que de uma maneira diferente também se comem uns aos outros e que a regra se mantém, os grandes comem os pequenos.
Primeiramente a palavra “comem” é aplicada literalmente, os peixes alimentam-se uns dos outros mas, depois a palavra ganha outro significado quando ele diz: “morreu algum (…) vereis logo tantos a (…) comê-lo”. Aqui o sentido é figurado, significa que estão a tirar-lhe tudo o que ele teve. O dinheiro, as jóias, os seus pertences… Todo o que antes lhe pertencia, num abrir e fechar de olhos desapareceu pela ganância dos outros. 

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Pedro, o cru - de António Patrício

Pedro, o Cru - Síntese da Apresentação

                Este livro conta-nos o estado emocional de D. Pedro após sete anos da sua amada D.Inês ter falecido.
                Neste livro há dois tópicos fundamentais.
O Primeiro é o facto de o Rei D.Pedro ser um Rei justiceiro, nunca recusva dar esmola ou pão a quem quer que fosse. No entanto, existe uma passagem fundamental que nos mostra o quanto justiceiro ele é. Quando ele quebra a promessa que tinha feito a seu pai. Seu pai foi quem deu a ordem para matar D.Inês, é certo que foi influenciado mas foi ele. Na altura D.Pedro prometeu ao seu pai nunca se vingar dos conselheiros que tinham acabado com a sua amada. Porém, tal não aconteceu, Pedro persegue-os e acaba mesmo por matar dois deles. Aqui nesta situação a justiça pode ser equiparada à vingança, pois só a vingança saceou o seu desejo.
O Segundo tópico fundamental neste livro é o amor, o que uma pessoa sente quando perde a pessoa de quem ama.
E em D. Pedro houve três reacções óbvias e presentes em todo o livro. O Desespero dele, que é notório essencialmente numa passagem. Quando ele vai ao convento desenterrar D.Inês, no intuito de a levar para Alcobaça para a coroar como rainha. Nessa passagem o Rei faz questão que seja ele próprio a desenterrar Inês e quando a vê fala com ela como se esta ainda se encontrasse viva, daí muitas pessoas até pensarem que ela chegou a responder ao seu Pedro.
Outra reacção que penso estar presente é a obcessão. O Rei passa o tempo todo a falar sobre a sua amada, do último dia em que a viu e faz tudo em prol dela. Posso mesmo afirmar que 60% do livro está o Rei a dialogar com a sua Rainha.
Por último , destaco a loucura. A loucura engloba os dois conceitos que disse anteriormente, a obcessão e o desespero, mas realça os mais, e faz-nos perceber que estes sentimentos em conjunto já funcionavam como uma doença para o rei. Porém não penso que este mesmo que soubesse que tinha esta doença se quisesse curar, porque apesar de uns anos após à coroação ele se ter casado, nunca esqueceu a mulher da sua vida, D.Inês de Castro.
Na minha opinião, este livro foi bem mais interessante do que eu estava à espera e os seus pontos base é mesmo o amor e a justiça vingativa . Permite-nos também perceber melhor como era o nosso rei, pois eu não tinha nada uma ideia construída a favor dos governantes monarquicos e este livro ajudou-me a compreendê-los.

Interpretação da Secção IV do Sermão


Na secção IV do Sermão de Santo António aos Peixes, Padre António Vieira tenta mostrar aos peixes como eles são iguais aos homens, que tal como eles, se comem uns aos outros. Apesar de todos se comerem a todos, existe na verdade um padrão. Quase sempre são os grandes que comem os pequenos, raramente o contrário. Os mais poderosos nunca estão satisfeitos e querem sempre mais. Tal como os peixes grandes que não ficam satisfeitos com uns quantos peixes pequenos. No entanto o verbo comer em praticamente todo o parágrafo, não serve como um verbo literal mas sim como um verbo figurado. Comer não implica o acto de ingerir comida, mas sim o acto de devorar o que as pessoas têm. Os grandes tiram, comem, tudo o que pertence aos pequenos, e é neste sentido que Padre António Vieira põe o verbo comer. Devoração da alma e pertences de alguém. Padre António até considera que a devoração entre os brancos é pior, e em maior quantidade, um hábito, que nos Tapuias, uma tribo canibal. Existe por isso uma diferença entre a devoração de que Padre António fala, da devoração que funciona como um controlo dos pequenos pelos grandes, e da devoração dos Tapuias. A fome pelo controlo é pior. Tantos que as pessoas na cidade passam o dia à procura de pessoas para comerem e ao mesmo tempo, estão prontos para serem comidas. Esta fome é tão grande, que até mesmo depois de mortas, as pessoas são devoradas. Do momento em que morrem até serem comidas pela terra. Isto é resumido na última frase do parágrafo: “…enfim, ainda o pobre defunto o não comeu a terra, e já o tem comido toda a terra.” As pessoas são comidas por todos antes de finalmente serem comidos pela terra. Padre António Vieira critica as pessoas criticando os peixes, na forma que ambos se comem uns aos outros, simplesmente de maneiras diferentes.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O Retrato de Dorian Gray

O Retrato de Dorian Gray é um livro do escritor inglês Oscar Wilde. Esta história passa-se na época victoriana em inglarterra, onde um rapaz jovem e extremamente belo, chamado Dorian Gray, conhece Basil Hallward e Lord Henry Wotton. Basil depois de conhecer Dorian, fica muito amigo dele e que quando está com ele, chega a um novo potencial artístico que nunca tinha chegado. Um dia, Dorian conhece Lord Henry, um amigo próximo de Basil, que faz com que ele pense mais na sua sua vida e na sua beleza e juventude finita. A partir desse dia, Dorian persegue os seus prazeres da vida, sem contar com os pecados e as consequências. Quando Basil pinta um retrato de Dorian, este deseja que preferia ter a beleza finita do retrato invês de envelhecer e perder essa beleza. Esse desejo concretiza-se, e ao longo dos anos seguintes, o retrato envelhecia e mostrava os pecados que ele fazia (como sexo, bebida, etc..) e Dorian permanecia igual.

Este livro, na minha opinião, é uma lição de vida, ou seja, demostra que o mais importante na nossa vida não é só a beleza e a juventude, mas a nossa consiênica e a nossa alma. Também acho que o retrato é um emblema visível da consiênica de Dorian, pois sempre que Dorian pecava, a pintura modificava-se de alguma forma, ou seja, a alma dele estava na pintura. Isto pode-se comparar às estátuas gregas, pois os olhos destas aparecem brancos e vazios, ou seja, não têm alma, porque o que interessa para eles é a sua beleza exterior.

Texto arguentativo - Despenalizaçao do aborto

Deverá ser feita a universalização da lei do aborto vigorada em Portugal, em todo mundo?

O aborto, a chamada Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), é um tema problemático em permanente contestação, visto ser uma questão que toca valores éticos muito profundos. Em causa está a legalização da interrupção voluntária da gravidez. Esta lei já foi vigorada em Portugal e deve necessariamente ser implementada em todo o mundo.
Devido à grande controvérsia que este assunto causa surgiram vários manifestos tanto contra com a favor da implementação desta lei.
Na sustentação dos grupos manifestantes contra a lei estavam essencialmente dois contra-argumentos, o facto de ao despenalizarem o uso do aborto iria aumentar substancialmente fazendo com que deixasse de ser utilizado como último recurso, e o facto de um feto ser algo semelhante a um ser humano que futuramente teria vida sendo privado desta devido á interrupção da gravidez. Apesar de existirem estas teorias estudos provam que tanto na Itália com na Holanda quando o aborto foi legalizado as percentagens do uso deste diminuíram provando que não foi usado descontroladamente, curiosamente até diminuíram. É também um facto que os fetos até às 10 semanas não possuem neurónios, logo a dor será completamente inexistente não terá qualquer tipo de sentimento obviamente. A despenalização do aborto também é um contributo para a saúde pública visto que existem milhares de grávidas que desesperadas recorrem ao aborto clandestino que é perigosíssimo para a saúde desta, dado que o aborto mal feito pode ter consequências graves para a mulher este deve ser liberalizado para o bem da mesma. A mulher tem o direito de tomar decisões num assunto que diz respeito à sua vida como o é da maternidade, não se deve sentir pressionada nem forçada de qualquer modo neste momento que é o nascer de uma nova criança.
Em síntese se a despenalização do aborto for universalizada em todo Mundo, as mulheres que estatuem abortar terão a possibilidade de serem acompanhadas por profissionais da saúde, que as informarão sobre o estado de gestação do bebé e as esclarecerão acerca das consequências físicas e psíquicas que a realização de um aborto poderá trazer às suas vidas, não trazendo riscos associados e permitindo a mãe viver livremente e com o poder de escolha para escolher o caminho mais feliz.


António Afonso, nº5, 10ºB.

domingo, 9 de outubro de 2011

O buraco caótico da humanidade

O mundo altera-se e desenvolve-se a uma velocidade alucinante. Nós, seres humanos, somos as testemunhas de todos os acontecimentos que têm lugar nas vidas de cada geração. É assim do nosso conhecimento o estado geral da nossa sociedade. Penso que a este ritmo falta-nos tempo para reflectir sobre os problemas que nos assombram e cuja resolução tem sido difícil. É a nossa obrigação ver as coisas que nos rodeiam de uma maneira mais profunda não com o simples objectivo de evoluir, mas sim evoluir equilibradamente, usando as nossas capacidades para nos conduzirmos na melhor direcção.
Nasce-mos para habitar no mesmo mundo. Apesar das nossas parecenças existe ainda uma enorme diferença no modo de vida, no acesso a recursos básicos, nas facilidades, no conhecimento, nas condições ou no campo da saúde. Isto, como quase tudo na vida, favorece uns e prejudica outros. Enquanto alguns têm a oportunidade de fazer uma vida fácil com tudo o que necessitam existem pessoas sem as coisas que para determinados indivíduos são as mais básicas. A diferença é gigante e com tendência para aumentar. O mundo tem contrastes assustadores e cada vez esta mais fora do nosso alcance a maneira de os atenuar. Para cada um o mais importante devia ser a sobrevivência de todos e não as coisas fúteis que queremos por nos darem prazer. As nossas preocupações têm de ir mais além, tirarmos a atenção unicamente de nós próprios e ver o estado e a gravidade do que se encontra bem perto de nós. As associações que têm esse poder nem sempre o usam inteiramente e com o passar do tempo estamos a ser levados para um lugar instável onde uns possuem demais e outros morrer sem nada ter tido.
Outra coisa extremamente grave é o racismo e preconceito existentes hoje em dia. Ninguém pode ignorar os efeitos trágicos da nossa maneira de pensar em relação a quem apresenta uma diferença. São inúmeros os conflitos resultantes da vergonhosa maneira de ver a desigualdade como uma praga ou algo que não devia existir dessa maneira. Era tão mais fácil e vantajoso tentarmos apenas entender e usufruir de coisas distintas. Mas parece que preferimos arranjar problemas por coisas absurdas, sofrer e fazer sofrer com isso. Fazemos questão em distanciar-nos e criticar acreditando em valores sem fundamento em vez de desenvolver uma capacidade de aceitação. A “mania” da superioridade e o conjunto de ideias pré concebidas arruínam a união que poderia existir. Neste processo tornam-se impossíveis também variadíssimas aprendizagens que poderiam existir através do entendimento entre culturas. Perdemos assim a hipótese de ter uma população coesa, livre e mais completa.
A violação dos direitos humanos constitui também um grave problema hoje em dia. Pessoas são diariamente expostas a crueldades e injustiças mesmo havendo a consciência de que tal está errado. Não parece ser sentido qualquer incómodo com a desvalorização, exploração ou atitudes desumanas para com um ser humano. O cumprimento deste acordo é tido como algo banal sem qualquer significado. É esta postura que insistimos em ter, que destrói as relações que deviam ser fortalecidas e impossibilitam o entendimento da sociedade. Há sempre alguém incorrecto e mau e alguém que tem de resistir á maldade que a persegue e envolve. Não é possível a existência de uma vida harmonizada e igualada enquanto nas nossas mentes apenas reside aquilo que devíamos ter bem afastado de nós. A nossa conduta desvia-se do que é correcto, daquilo que pode formar algo bom, da felicidade mútua e bem-estar global. Bem escrito e legível está:Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.” É triste que com tanto desenvolvimento a outros níveis não sejamos capazes de tratar as pessoas da maneira que todos merecem.

Posto de parte é também o ambiente. As nossas acções são tão inconscientes que estamos a conduzir o planeta para um estado lastimoso. Penso que só iremos arrepender-nos e preocupar-nos seriamente quando virmos que já não podemos voltar atrás, que tudo o que podíamos ter feito para salvarmos o que de mais maravilhoso possuímos está agora muito longe das nossas possibilidades. Este é um assunto já muito falado e discutido neste momento mas é um exemplo para que percebamos como somos tão irresponsáveis. Mais importante do que deixar uma herança é deixarmos um espaço saudável e habitável para as gerações que se seguirão. Apesar da importância deste aspecto passa-nos ao lado a gravidade da situação. É certo que se continuarmos assim vamos chegar a um ponto irreversível mas a humanidade é engraçada por se preocupar com futilidades e ter a visão turva no que toca a assuntos de extrema relevância. Nós, seres tão inteligente, vivemos no limite. Sempre a esticar e esticar até romper e deitar tudo a perder. Só ai acaba a cegueira e abrimos os olhos, os olhos que já deviam estar abertos há muito tempo atrás.  
Uma coisa igualmente em falta é tempo. Ou pelo menos é o que estamos sempre a dizer ou a razão de queixa de muitas pessoas. Talvez seja verdade ou apenas falta de calma, de organização das ideias e de um ritmo mais saudável. As pessoas vivem a um ritmo louco e por vezes não estão preparadas para o sufoco do dia-a-dia. O stress, palavra tão utilizada para todos os males, é uma ameaça ao nosso bem-estar. Como é possível ter-mos uma vida estável se estamos constantemente em alvoroço sem tempo para nós próprios. O tempo tem de ser utilizado da melhor maneira e cabe-nos a nós aproveitá-lo pondo de lado o desnecessário e focarmo-nos no que, ou em quem, merece realmente a nossa atenção e dedicação. A razão do nervosismo diário é dedicarmo-nos a demasiadas actividades e a maioria delas apenas ocuparem o nosso tempo de uma maneira nada construtiva. Em vez de investirmos unicamente no que interessa expandimo-nos em múltiplas direcções acabando por não fazer nada tão bem como conseguiríamos. Se parasse-mos um pouco e idealizássemos os nossos objectivos, limpando a nossa mente de preocupações dispensáveis seria muito mais agradável a vida em conjunto.
É fácil de perceber que, no geral, estamos a viver da maneira errada. Falta-nos aspectos importantíssimos para ter uma vida que justifique a nossa existência. Falta-nos uma mente aberta disposta a aproveitar todas a oportunidades e experiências. Falta-nos iluminação para aceitar factos que vão para além do que nos é ensinado e provado. Falta-nos coragem para defendermos os nossos ideais de forma a quebrar este ciclo vicioso. Falta-nos bondade para que todo o bem desponte no meio de tanto mal. Falta-nos talvez inteligência para nos desviar de tantos buracos como a crise que só tende a piorar.
 Parece-me por vezes que estamos programados para este sistema mesquinho. Devia-mos apostar na evolução de uma espécie mais extraordinária em vez de nos contentarmos com o que somos. Porque somos tão imperfeitos que é entristecedor e desmotivante pensar na possibilidade da continuação de tudo isto, exactamente como está.
Será suficiente o que conseguimos alcançar até agora? Claro que não. Somos capazes de muito mais, apenas não nos damos ao trabalho de tentar com toda a força. Resta-nos a esperança de que um dia possamos todos sentir que não, não é tarde, podemos fazer um mundo melhor!
                                       
                                                                                                      Rafaela Vitorino
                                                                                                       

sábado, 8 de outubro de 2011

Direito a tirar a vida? Texto Argumentativo

Como sabemos, existem temas que são alvo de controvérsia na sociedade actual, por razões éticas, morais, religiosas, etc. a pena de morte é um deles...
A pena de morte (ou pena capital) é uma sentença aplicada pelo poder judiciário que consiste em retirar legalmente a vida de um individuo que foi julgado culpado de ter cometido um crime considerado pelo estado como sendo suficientemente grave e justo para ser punido com a morte.
Os culpados condenados á pena de morte são normalmente culpados por crimes hediondos como o assassinato; mas a pena é também usada para reprimir a espionagem, a violação, o adultério, a homossexualidade e a corrupção.

Em toda a nossa história existem referencias a variadíssimas formas de pena de morte( crucificação, apedrejamento,enforcamento,esquartejamento,câmara de gás, empalação...)chegando mesmo a ser usado como forma de entretimento. No entanto a evolução do mundo tende a acabar com ela, parece que a pena de morte  não é compatível com o mundo civilizado.
Actualmente a pena de morte encontra-se abolida em grande parte do mundo, mas em muitos países é legal e aplicada ( EUA, China,Índia,..).

Esta punição é pois considerada como sendo muito controversa. Há os que lhe são favoráveis, estes argumentam que é eficaz na prevenção de futuros crimes, que é adequada na punição de crimes violentos,que mesmo assim é muito benevolente ,pois o criminoso não sofre o suficiente para redimir o crime que cometeu, defendem ainda que nenhum condenado volta a reincidir.
 Os opositores por outro lado, alegam que este modo não é eficaz ou seja por si só não reduz a criminalidade, também inúmeros inocentes todos os anos são condenados injustamente por erros jurídicos , que é uma violação dos Direitos Humanos .

Se pensarmos que os  Direitos Humanos, são os direitos e liberdades básicos de todos os seres humanos e segundo o Artigo III "Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal".

Questiono-me:

·         Será que o Homem tem o direito de tirar a vida de outrem?

·         Quem tem o poder de dizer quem é humano e quem, pelos seus crimes, deixou de o ser? Eu? Tu? O Estado?

·         Alguém pode garantir que nenhum inocente vai morrer por ter sido julgado injustamente?

·         Porque se matam pessoas que matam outras pessoas? Para demonstrar que não se deve matar?

Mas se:

·         For cometido um crime hediondo a um elemento da minha família, à minha mãe ou irmã? Ou a um amigo?

·         Quantos de nós não acharíamos que a punição deveria ser proporcional ao acto praticado?


Pena de morte – justiça ou crueldade?
Na minha opinião nenhum ser humano por mais poderoso que seja pode escolher se outra pessoa deve viver ou morrer, se uma pessoa comete um crime grave ou é acusada de tal acho que não deve ser submetida à pena de morte, mas por exemplo ao exilamento, como acontecia já há muitos séculos ou prisão perpétua, que penso ser suficientemente coerciva...
Como já referi anteriormente acho que ninguém deve ter o poder de decidir se uma pessoa deve viver ou morrer, pois apesar de isso ser contra o Artigo III dos Direitos Humanos, o arguido  pode estar a ser acusado injustamente de crimes que não cometeu e por consequência disposto a morrer sem razão. Ninguém pode garantir que não está a ser cometido algum tipo de erro jurídico que leve á perda de uma vida inocente.
Também é  difícil de sustentar que o Estado com toda a sua isenção possa aplicar a pena de morte ou seja, se o Estado diz não podes matar, por outro lado, se matares o estado mata-te. Haverá legitimidade nisto? Este argumento por si é uma incoerência justificativa da pena de morte.
Por outro lado a revolta é grande  perante um crime hediondo e sobretudo se for praticado contra alguém próximo, somos inundados de um desejo de punidade, por vezes pode chegar a vingança. Esta solução radicalista não vai diminuir o nosso sofrimento,nem trazer de volta os nossos entes queridos, para além de provocar sofrimento e  arrependimento. Um mal não se repara com outro mal.

A pena de morte é pois um atentado ao direito á vida , uma violentação dos Direitos Humanos e que não leva a diminuição da criminalidade. A justiça não progride tirando a vida de um ser Humano e tirar a vida a um ser humano,não pode ser um acto legal.

Defender os Direitos Humanos deve continuar a ser uma prioridade de todos

Somos todos diferentes, mas direitos todos temos e é isso que nos une. A liberdade de expressão e igualdade perante a lei é algo que nos assiste. A liberdade individual é a meta de cada um. 
Queremos ser livres, sim, mas a nossa liberdade acaba onde começa a liberdade do outro. E o que quer isto dizer? A liberdade é condicionada e antes de pensarmos em obter a nossa, devemos negar a invasão da liberdade de outrem. Só deste modo podemos pedir o mesmo. Pensar todos conseguimos. E agir? Daí a necessidade de serem escritos e claros os direitos de cada um, direitos esses que são comuns a todos, independentemente de quaisquer diferenças. Mas o que é isso de diferença se no fundo, somos todos diferentes? Diferente é o modo de agir ou pensar, nada mais, o resto são meros pormenores.
Comparando o passado com o presente é clara e notória a evolução ao nível dos direitos de toda a humanidade, no entanto são ainda muito acentuadas as desigualdades de diversa índole social, económica, política e religiosa.
            Apontar os erros não é tarefa difícil e, pelo contrário, as soluções não são tarefa fácil. Nos tempos em que vivemos, as assimetrias e fanatismos são os factores impeditivos na defesa dos direitos humanos. Serão certas situações já conhecidas dignas do século em que vivemos? São necessárias soluções para que o avanço notado do passado para o presente seja o mesmo que as gerações vindouras possam notar do presente para o futuro.
            Será que valerá a pena combater certos conflitos? Vale sempre a pena. Mas e por onde começar? Promover o interculturalismo é a meta principal a curto prazo, visto que o fanatismo religioso tem sido o principal incentivo dos conflitos entre povos. Fanatismo religioso é provavelmente o tema mais difícil de abordar, visto que é o principal obstáculo na defesa dos direitos que todos merecemos.
            O conflito está presente em qualquer lado e talvez o desenvolvimento tardio de múltiplos países seja determinante. Mas como pode um país desenvolver-se se a taxa de alfabetização é menor do que a taxa de natalidade? É preciso manter os olhos bem abertos porque enquanto alguém afirma que não quer estudar, milhões de cidadãos do outro lado do mundo desesperam por oportunidades de o fazer. Pode ser este um dos pontos fulcrais no avanço global dos direitos de todos.
            Dinheiro é talvez a palavra mais gasta em todo o mundo, uns utilizam-na milhares de vezes porque têm demais e outros porque nunca o tiveram nas mãos. É preciso distribuir a riqueza por igual, senão não é justo afirmar que todos têm direito ao mesmo. Será este segredo? Será que há algum segredo? Só há uma coisa a fazer. Os direitos já existem, agora é continuar a lutar para que seja notória a sua existência sem qualquer leitura dos mesmos. 
            O social não deve, nem pode sobrepor-se ao económico ou religioso.
            Miséria? É vergonhoso falarmos nela quando é público que são gastos milhões em bens materiais que em nada vão contribuir para o bem de toda a humanidade. De que servirá um mundo recheado de matéria se o bem nele não reinar?
            É preciso tomar diversas atitudes, mas não são só as organizações internacionais que têm de carregar com esse peso nos ombros. Todos podem contribuir, até com actos que possam parecer insignificantes. O que serve dizer que todos temos os mesmos direitos se no momento a seguir estamos a excluir alguém da nossa sociedade num acto de racismo? De que serve dizer que a miséria tem de acabar se por várias vezes desprezamos algo por possuir apenas valor sentimental? De que serve dizer que temos um mau serviço de saúde quando estamos muitas horas à espera de atendimento se outros nem um centro de saúde possuem?
            Se depois disto todos parássemos um pouco para reflectir já seria um grande avanço, pois o que pode parecer um pequeno passo para o homem, pode ser um grande passo para a humanidade.
            Nem tudo é mau e sabemos que a evolução foi feita em grande número. Mas será que o objectivo está cumprido? Ainda há muito por fazer, por isso “baixar os braços” é frase proibida. Os direitos humanos são globais, mas a globalização ainda não é total. Há povos que nunca provaram o sabor da liberdade e isso pode e deve fazer-nos pensar que talvez sejamos algo egoístas em certas coisas que dizemos ou fazemos.
Devemos sim continuar a defender o que temos, mas também pensar que há muitos que não têm metade, daí defender os Direitos Humanos deva continuar a ser uma prioridade de todos.

                                                                                                                    Ana Catarina Cardoso