domingo, 9 de janeiro de 2011

“Pedaços de Ternura” de Dorothy Koomson

É um livro cativante e de fácil leitura, tal como todos os livros desta autora foca problemas actuais e preocupantes, como o alcoolismo e o sentimento de abandono e as diferentes formas como as crianças podem lidar com ele.
Um dos aspectos que mais me interessou foi a carga emocial presente em cada uma das personagens, e a forma como como as suas vidas se interligaram, demostrando um grande lado humano em todo o livro. Gostei muito!

Sintese da apresentação

O texto que me coube analisar é um excerto dos “Cadernos de Lanzarote” , uma obra de José Saramago.
Saramago nasceu na Golegã e morreu em Lanzarote, foi escritor, argumentista, comentador… Este escritor português, teve bastante reconhecimento não só em Portugal como também no estrangeiro, sendo um dos responsáveis pela divulgação da prosa escrita na nossa língua, ganhou o prémio Nobel da Literatura e o premio de Camões.
José Saramago foi inspirado a escrever “Os Cadernos de Lanzarote” pela sua família que simbolicamente lhe ofereceu um caderno para que os seus dia fossem registados.
Posteriormente à leitura do excerto do manual identificamos três elementos principais: o ciclope, a máquina fotográfica e o diário.
O ciclope era um ser mítico, que personifica muitos dos nossos medos, era descrito como um terrível monstro gigante de um só olho no meio da testa, que muitos acreditavam ser impeditivo para que o ciclope conseguisse distinguir os seus amigos e inimigos.
Outro dos elementos , a máquina fotográfica; consegue captar aquilo que nem nós próprios conseguimos ver, os nossos sentimentos mostrando muitas vezes fragilidades que preferimos guardar só para nós, momentos inexplicáveis. A fotografia pode ter um carácter intimista ou público se for assumida como forma de arte, acaba por ser uma visão real do mundo que facilita a comunicação entre as pessoas.
Por fim o diário, um elemento diferente para cada um de nós e muito distinto das autobiografias, é uma representação do nosso dia-a-dia.
Ter um diário é uma forma de nos conhecermos melhor a nós próprios, uma maneira de decifrar o nosso interior e compreendermo-nos melhor, acaba por ser também o último refugio dos nossos sonhos, um “amigo”, um confidente e um parceiro de dialogo.
Pode também suscitar em nós um sentimento contraditório entre querer guardar um segredo e a necessidade de o partilhar, sendo uma interiorização e exteriorização, mas através do diário sabemos que o remetente e o destinatário são a mesma pessoa e a personagem principal do diário.
Concluindo acaba por ser um conhecimento de nós próprios dai maioritariamente não o querermos partilhar.
Todos estes elementos estão relacionados entre si por exemplo, o diário pode ser fotográfico ou escrito e retrata momentos importantes, marcam também a diferença no tempo, o diário é escrito periodicamente e tal como a fotografia retratam a evolução interior e exterior.
A fotografia tem flash tal como os ciclopes estão associados aos raios de Zeus, e com o seu olho estratégico tal como a objectiva da máquina fotográfica a sua luz pode ser representativa do conhecimento ou pelo contrario da destruição, metamorficamente associada ao ciclope, é também uma luz eu se abre sobre nós para mostrar e expor o nosso interior, tal com o acontece no diário.
Com as fotografias ou o diário é fácil estudar a nossa personalidade, através da expressão corporal ou até mesmo pela nossa letra e ambos podem ter um alcance inimaginável que queremos guardar só para nós.
Relacionando estes elementos com o texto, a tal muralha que colocamos à nossa volta para nos proteger é muitas vezes testada por fenómenos exteriores e mesmo quando pensamos que continuamos protegidos à determinados aspectos que os outros conseguem desvendar.