quarta-feira, 4 de maio de 2011

CONCEITO DE JUSTIÇA NA OBRA “ALICE NO PAIS DAS MARAVILHAS”

 “Alice no Pais das Maravilhas” e uma obra infantil repleta de fantasias e onde tudo e aparentemente irreal, mas onde o autor, nas entrelinhas, incorpora o reflexo da sociedade vitorana, com um conceito politico monarquico parlamentarista e onde faz analogias entre as personagens e a populaçao da epoca e os orgaos de soberania.

Ao longo de toda a obra sao visiveis inumeros casos onde o autor desmonta situaçoes paralelas a realidade conhecida no mundo de entao.
O autor decidiu mostrar como o sistema de justiça da altura era corrupto e arbitrario, portanto e uma critica a forma como a justiça era exercida na epoca.
Neste livro a ideia de justiça vai-se modificando de pessoa para pessoa e e de situaçao para situaçao não sendo num conceito fixa para todos.
O conceito de justiça no universo do livro e uma acçao exercida por alguem superior a todos que e mais poderoso a nivel fisico e sobre alguem mais fragil sem hipotese de defesa, a lei do mais forte, em funçao de uma atitude mais rudimentar, sem excrupulos, sem moral, portanto a sobrevivencia do poder exercido em funçao do mais forte fisicamente.
Não há uma racionalidade moral, verdadeiros valores de justiça e nem sequer há uma analise sobre o conceito de justiça.
Reflete as posiçoes sociais da altura que podiam controlar o destino de qualquer pessoa hierarquicamente abaixo, em funçao de determinados interesses.
Exemplos:
  • No capitulo terceiro, Furia vai condenar o rato por injuria capital, com a finalidade de o comer, ou de cabidela ou de caldeirada. Furia acusou o rato sem provas com o interesse de o comer. Relata o poder absoluto e arbitrario que a Furia exerce sobre o rato sendo ao mesmo tempo juiz e jurada.
  • No capitulo onze, surge uma acusaçao contra o Valete de Copas onde o acusam de roubar as tartes da Rainha de Copas. No tribunal o Rei detem o poder absoluto e e quem decide qualquer sentença, obrigando ate uma testemunha que e o Chapeleiro a lembrar-se sobre o que lhe tinha dito o Arganaz sob pena de ser executado.
  • No capitulo doze, onde a Alice vai depor frente ao Rei e a Rainha, podemos verificar mais uma vez o abuso de poder, o Rei apressadamente inventa uma nova lei que escreve no seu caderno, a dizer que todas as pessoas com mais de 1,5 Km de altura deveriam abandonar o tribunal, referindo-se a Alice.
Portanto a obra reflete o que se passava na sociedade do Sec XIX, um desafio a justiça e ao poder da epoca, uma sociedade vitoriana e parlamentarista, um desafio a justiça em que quem tem o poder comanda a justiça a desfavor dos mais fracos, uma opressao que denota uma certa injustiça.
Alice no Pais das Maravilhas” e um refugio magico no qual as personagens se podem de uma certa forma libertar da opressao do poder, das regras sociais, viver aventuras, experimentar o proibido, sem medo das puniçoes impostas pela justiça (exemplo do capitulo doze onde Alice se recusa a sair do tribunal, apos o Rei ter inventado uma lei que assim o exige, para alem de se verificar o poder do Rei tambem verificamos o poder de Alice quando aumenta de tamanho).
No fundo Lewis Carroll mostra a sua insatisfaçao face a sociedade que o rodeia.

Gonçalo Silva nº15 10ºB
(o texto nao tem nenhuns acentos porque o computador esta em erro)

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