quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Apresentações do 2º Período

A pensar em eventuais prendas no sapatinho, aqui vos deixo a indicação dos livros para as apresentações do segundo período:

Pedro - Tempos Difíceis, de Charles Dickens
Catarina Nunes - A Castro, de António Ferreira 
Beatriz Alves - A Vida é Sonho, de Calderon de La Barca
António - Hamlet, de William Shakespeare
Mafalda Costa - O Pintor da Vida Moderna, de Charles Baudelaire
Catarina Coelho - A Confiança em Si, de Ralph Waldo Emerson
Catarina Silva - A Paz Perpétua, de Kant
José Pelica - Auto da Alma, de Gil Vicente
Ricardo - O Príncipe, de N. Maquiavel
Teresa - De Profundis, de Oscar Wilde
Júlia - Noites Brancas, de Fiodor Dostoievsky
Rafaela - A Morte em Veneza, de Thomas Mann
Hugo - Ecce Homo, de Friedrich Nietzsche
Gonçalo - Agamémnon, de Ésquilo
Marta - A Tempestade, de William Shakespeare
Ana Sofia - Medeia, de Eurípides
Ana Filipa - Rei Édipo, de Sófocles
Andreia - Euménides, de Ésquilo
José Lopes - Levantado do Chão, de José Saramago
Diogo - O Rei Lear, de William Shakespeare
Sílvia - Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf
Beatriz Salvada - Viagens na Minha Terra, de Almeida Garrett
Ana Catarina - O Judeu, de Bernardo Santareno
Daniela - A Arte de Amar, de Ovídio
Mafalda Caldeira - Os Meninos de Oiro, de Agustina Bessa-Luís
João Lino - A Relíquia, de Eça de Queirós

Boas Festas e Bom Trabalho! 

domingo, 18 de dezembro de 2011

Apresentação Oral: O Monte dos Vendavais

Este livro, escrito por Emily Brontë no século XIX, relata a história trágica de um casal que partilha uma paixão incandescente mas não a pode explorar, devido ao facto de pertencerem a classes sociais demasiado diferentes.
Catherine, uma rapariga rica, partilha a sua infância com Heathcliff, um orfão salvo pelo pai desta. Ela ama-o perdidamente, e vice-versa. No entanto, as leis da sociedade daquela época impedem-na de se casar com ele, pelo que acaba por se casar com um homem de mais posses (Linton). Devido aos ciúmes do marido, Cathy é proibida de ver Heathcliff, acção esta que os vai levar ambos à loucura. Apesar de estar casada, o coração dela nunca pertencerá a outra pessoa senão Heathcliff, pois é ele que ela ama verdadeiramente.
Catherine morre a dar à luz a sua filha, também chamada Catherine. Ao ouvir esta notícia, Heathcliff jura vingança a Linton, pois acredita que ele é a razão pela qual Catherine morreu e a sua paixão nunca pôde ser explorada devidamente.
Primeiro, apoderou-se do Monte dos Vendavais. Casou-se com a irmã de Linton e abusou dela violentamente. Consequentemente, ela fugiu para a cidade e deu à luz o filho de ambos, também chamado Heathcliff. Alguns anos depois morre, deixando o seu filho à custódia do pai. Quando a pequena Cathy atingiu uma idade apropriada, atraiu-a a sua casa e trancou-a lá, não a deixando sair até ela concordar em se casar com o filho dele. Ela acabou por aceitar, fazendo com que todas as suas propriedades, incluíndo a herdade do pai, passassem para o marido. Este morreu pouco tempo depois, deixando tudo para Heathcliff, que concretiza assim o seu plano de vingança.
Contudo, ele não ficou feliz. Catherine nunca mais iria voltar.
Perto do fim do livro, Heathcliff muda subitamente de atitude. Mostra-se simpático e alegre, não come nem dorme, vai em longos passeios nocturnos... dá a entender que é assombrado pelo fantasma de Catherine.
Com isto, conduz-se à sua própria morte, podendo assim ficar finalmente unido a Catherine para sempre.

Apresentação Oral



O Nariz

O autor da obra “O Nariz” é Nikolai Gógol e o livro foi publicado, pela primeira vez, em 1836.
À primeira vista parece um simples conto para entreter, mas à medida que vamos lendo a obra, apercebemo-nos que é muito mais do que isso, é uma sátira e uma crítica burlesca à sociedade da época, em que o autor retrata uma sociedade extremamente burocrática, dividida em classes, onde o dinheiro e o poder têm papel dominante.
Não é por acaso que houve várias tentativas de censurar a sua publicação.
Vou começar por fazer o resumo do livro:
 A história passa-se em São Petersburgo.
Um dia, um barbeiro, chamado Ivan, acorda, vai tomar o pequeno-almoço e ao partir o pão encontra lá dentro o nariz de um sujeito que ele tinha barbeado na semana anterior. Mas não é uma coisa mutilada, é um nariz em perfeito estado. Ele apavora-se e antes que pensem que ele é um criminoso, sai de casa o mais rápido possível para se livrar do nariz.
Dirige-se a uma ponte e atira o nariz. Ao fundo da ponte está um polícia que lhe pergunta o que é que ele está a fazer, ao que ele responde “nada”. E nunca mais se soube nada sobre Ivan.
Entretanto, no outro lado da cidade, o dono do nariz acorda. Este é um assessor de colégio, chamado Kovaliov, mas que gostava de ser tratado por Major, esperando ganhar assim uma maior importância e relevância social.
Como no dia anterior o major tinha uma borbulha no nariz, e sendo ele muito orgulhoso do seu aspecto e dado às aparências, pediu um espelho. Ao mirar-se, passou a mão no local da cara onde habitualmente costumava estar o nariz, e nada. Estava raso. Desaparecera!
Ele desespera-se e começa a grande busca atrás do seu próprio nariz. É cómico pelo absurdo e ridículo da situação!
Assim, sai rapidamente de casa, vai ao café onde costumava ir todos os dias mas não cumprimenta todas as pessoas como sempre costumava fazer. No café repara que realmente não tem o nariz.
Ao sair do café, para seu espanto, descobre-o, — o seu próprio nariz — a passear-se pela cidade, fazendo-se passar por Conselheiro de Estado “num uniforme bordado em ouro, com uma gola alta, calças de camurça e uma espada ao lado”. O major conversa indignado com o seu imponente e importante nariz e este nega sequer conhecê-lo.
Mais tarde, Kovaliov perde o nariz de vista e, muito preocupado, vai pedir ajuda aos jornais e esquadras para que o procurem. Daria uma recompensa a quem o encontrasse.
O dito nariz, ao longo do conto, ora surge na face de alguém de alta patente, não passando cartão nem ao próprio dono; ora segundo diziam os boatos e rumores, se julga estar noutros locais na posse de outros intervenientes.
Digamos que se passeia por Petersburgo envergando melhores ou piores roupagens. Vai subindo ou descendo de categoria. No entanto, o apêndice é o mesmo de sempre.

Estes episódios fazem-me lembrar um verso do poeta António Aleixo: “Uma mosca sem importância poisa com a mesma alegria, na careca de um doutor, como em qualquer porcaria...” , pois a mosca não julga as coisas sem saber primeiro como são.

Um dia quando o major Kovaliov acorda, e se vê ao espelho, tem o nariz de volta, o que deixa o burocrata absolutamente tranquilo, sem maiores preocupações com o acontecimento incrível, não se questionando nem querendo saber porquê. E a sua vida continua normalmente como ocorre com todas as burocracias, cujas preocupações são exteriores ao ser humano.
Passo agora à análise do conto:
Este texto é cheio de sentido de humor e de imaginação.
A narrativa oscila entre o trivial (quotidiano) e o absurdo (quando o nariz chega a andar pelas ruas); oscila entre o imaginário e a realidade.
Este conto, para mim, é uma sátira social, onde o autor realça a mesquinhez e a hipocrisia das personagens, pois, por exemplo, Kovaliov só casava se a mulher fosse rica. Trata-se assim de um homem que procura a ascensão social, vivendo num mundo de aparências, em que o interior da pessoa não lhe interessava minimamente.
A crítica à importância das aparências está ainda bem patente noutra passagem do livro, quando o major Kovaliov deixa de fazer o seu próprio trabalho por lhe faltar o nariz, porque a maneira como os outros o vêm e olham é algo que o atormenta. Por isso, deixou de funcionar em sociedade, de fazer a vida dele, porque se sente incompleto.
Os tiques ridículos, os preconceitos e as diferenças sociais são apontados quando Kovaliov parte em busca do seu nariz. Ao encontrá-lo disfarçado de Conselheiro de Estado, fica sem saber o que fazer e como abordá-lo, uma vez que se encontrava numa posição superior. A postura servil e o nervosismo imediatamente adoptados por Kovaliov mostram, uma vez mais, a importância da aparência e da estrutura social.
Através do diálogo entre o major e os jornais e os funcionários da esquadra, o autor faz uma crítica à excessiva burocracia, às deficiências das estruturas do Estado, ao funcionalismo público, à influência do dinheiro e à corrupção, pois Kovaliov obteve prioridade na publicação da busca do seu nariz porque era de uma classe social superior.
Quanto à descrição das personagens e dos ambientes onde decorre a narração fazem-me lembrar Eça de Queiroz em “Os Maias”, porque, tal como este, Gógol lança um olhar pormenorizado sobre os adornos, as vestes e os acessórios, que servem para identificar e diferenciar as várias classes sociais.
“O Nariz surge também como um texto que se ocupa da influência do oral, do boato e da construção de histórias, sendo todo o conto construído nesse registo, como se o narrador o contasse de memória, após o ter ouvido por outra pessoa.
Para concluir, este livro fez-me perceber que a aparência não é a coisa mais importante, temos de conhecer bem os outros antes de começar a julgar e temos de viver a nossa vida sem ser em função do que os outros podem pensar de nós.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Apresentação Oral: A Metamorfose

Numa manhã, Gregor Samsa acorda, após sonhos pertubadores, e descobre que se transformou num insecto monstruoso. A partir daí vive numa rotína nova, em que está preso no seu quarto e não pode trabalhar. Gregor, deitado na sua cama, mexe-se muito ao tentar voltar à posição natural, com as asas para cima e as pernas para baixo, na qual teria domínio de seus movimentos.Aos poucos todos se acostumam com a nova forma de Gregor, e convivem com ela, cada um da sua maneira. No final, com a morte de Gregor, todos ficam aliviados.
A leitura da obra “Metamorfose”, de Franz Kafka é extremamente actual, apesar de ter sido escrita em 1912. Kafka apresenta-nos uma metáfora do mundo moderno onde ficamos presos nas rotinas da vida, e quando perdemos essas rotinas ou parte delas depois de elas fazerem parte integrante de nós próprios, perdemos a nossa forma e não nos conseguimos mover ou evoluir, o que nos aprisiona dentro de uma insignificante carapaça de insecto metafórica, diante da máquina burocrática do estado, numa forma torturada e dolorosa, um estorvo para a família e amigos que não têm nenhuma escolha senão cuidar de nós de uma forma tão penosa que na verdade estão a abandonar-nos na nossa forma frágil, doente e amargurada (como é demonstrado por Gregor pela sua forma de agir para com a empregada, a única que falava com ele), exilados por aqueles que cuidámos (de várias formas diferentes), aqueles que durante a vida rotineira mantivemos mais perto, até à nossa morte lenta. Neste livro, fica evidente a desesperança do ser, o pessimismo com relação ao futuro, a falta de respostas às questões mais simples e às mais profundas.
Mas na morte veio algo inesperado, uma certa felicidade, por falta de uma palavra certa. Gregor, ao morrer, percebeu que a sua metarmofose para um ser de tal forma inferior permitiu uma evolução daqueles de que cuidava pois já não podiam contar em Gregor. A irmã de Gregor desistiu do seu sonho de tocar violino e começou a trabalhar, o seu pai que passava os dias sentado levantou-se e arranjou emprego num banco e a sua mãe começou a cozer roupa em troca de dinheiro. A metamorfose de Gregor, O membro da família activo mas ao mesmo tempo preso numa ''corrente'' de rotínas, num ser cuja a existência não é nada excepto dor, permitiu à sua família passar pela sua própria metamorfose, da inércia para o movimento, da escuridão para o sol.
Gregor percebeu isto e por isso ficou feliz ao morrer, pois sabia que com o desaparecimento do Gregor humano do mundo, tinha deixado uma marca nas pessoas que conheceu. Os membros da família de Gregor, ao verem-se finalmente livres de Gregor, tiraram um dia para si, para estarem juntos na luz do dia fora da casa, livres das suas próprias rotinas, que eram apenas superficiais, quebradas por Gregor, assim estando em liberdade, como se Gregor fosse algo que nunca tivesse existido.
Mas o pai durante o passeio diz à família que no dia a seguir despediriam a empregada, que, na morte de Gregor, apesar de ser a única que ainda entrava em contacto com Gregor e cuidava dele, mandou-o para o lixo sem grande pesar, como as enfermeiras de um lar que cuidam e interagem com os idosos e depois da morte desses idosos, continuam a limpar e removem friamente a carcaça velha dessas pessoas metamorfadas e inutilisaveis, para repor o que lá estava por outros, e com a afirmação do pai de Gregor, os membros da família mostra que se não tinham esquecido verdadeiramente dele, que ele ainda fazia parte indirecta da vida da família e que ele, apesar de se ter tornado inútil, tinha marcado permanentemente a sua família. Na verdade, para tanto Gregor como para a família, havia prisões metafóricas. Enquanto que Gregor estava preso no seu próprio corpo e nas quatros paredes do seu quarto, a família de Gregor estava presa na sua própria casa e num conjunto de rotinas criadas por eles próprios.
 No fundo, o livro é sobre a transformação e libertação de tanto Gregor como a sua família.

Apresentação Oral: Narciso e Goldmundo

Resumidamente a história deste livro trata do encontro entre Narciso e Goldmundo. Goldmundo foi para o convento onde passou a ser aluno de Narciso e desde cedo estabeleceram uma relação muito forte. Goldmundo admirava Narciso pela sua inteligência e postura e tenta demonstrar-lhe que pode vir a ser como ele um dia. Acaba por seguir outro caminho longe de Narciso acabando no final por morrer junto dele. Esta amizade resulta numa grande aprendizagem de vida para ambos e a descoberta do que cada um é realmente.

O mais interessante é a natureza de ambos ser completamente destinta. Narciso é reflexivo, intelectual e rigoroso enquanto que Goldmundo é alegre, apaixonado, selvagem e um espirito livre. Narciso encontra na religião o sentido da sua vida e vive em espaços fechados observando a natureza e desprendido do mundo. Goldmundo encontra no amor a satisfação, admira o que o rodeia e acaba por se descobrir durante as suas viagens. Apesar de um se guiar pela razão e outro pelo instinto acabam por desenvolver uma simbiose, separando-se e juntando-se constantemente mas amando-se incondicionalmente.

Goldmundo era um jovem com inquietações cheio de dúvidas e perguntas e Narciso encarregou-se de o fazer perceber qual era o seu caminho. Goldmundo pensava estar destinado a uma vida no convento mas Narciso sabe perfeitamente o que estava a ocorrer no amigo e percebe que a sua natureza é outra e que tem de viver o mundo real. Ao contrário de Goldmundo ele sabe que são pessoas completamente divergentes precisando de seguir também caminhos diferentes. Perto de Narciso, Goldmundo conheceu-se e descobriu a sua verdadeira vocação.

A mãe é uma personagem de quem não se sabe muito para além da sua fuga e abandono da família. Foi indirectamente a responsável pela ida de Goldmundo para o convento pois o seu pai queria que ele fosse o oposto da mãe. Goldmundo não se lembrava da mãe até que Goldmundo lhe mostrou que ela tinha a mesma natureza que ela. Após isso Goldmundo ficou revoltado e doente mas percebeu que era a verdade e começa a lembrar-se da imagem da mãe e liberta-se percebendo finalmente o sentido da sua vida. Foge então do convento para um futuro incerto depois de se apaixonar por uma rapariga. A separação dos amigos  é a tomada de consciência da diferencia radical que os separa.

 Goldmundo segue o caminho da arte durante uma das suas viagens. Para ele a arte é a superação do efémero, é o meio de atingir o cerne das coisas. Ele sabe que uma obra criada perdura imutável e sobrevive enquanto tudo acaba. Acha consolador trabalhar para tornar algo eterno dedicando a sua alma e espírito a captar a natureza das coisas. Para ele a imortalidade não é viver para sempre mas construir obras que nos manterão vivos no coração daqueles que nos conhecem a fundo. Esse é o segredo da arte de Goldmundo, utiliza a sua necessidade de dar forma a todo o seu pensamento para modelar o que vai no seu interior. Através da arte nota-se também a diferença entre eles. Enquanto Goldmundo pensa ser impossível pensar sem representações e vive agarrado a imagens, Narciso vive apenas de conceitos abstractos.
Neste livro relacionam-se os opostos por exemplo o racional e o emocional. Narciso vive do raciocínio e Goldmundo deixa-se levar pelas suas emoções. A obediência e a libertinagem pois Narciso vive cercado de regras enquanto Goldmundo percorre o mundo livremente. O sagrado que representa tudo para Narciso e a matéria que constitui o mundo de Goldmundo. A arte e a natureza de Goldmundo e a ciência e a lógica de Narciso.

Quando Goldmundo está prestes a morrer vê-se a importância da mãe que Narciso trouxe para a vida de Goldmundo, é ela que acompanha a sua morte. A última coisa que Goldmundo diz a Narciso é precisamente sobre ter uma mãe: "Como hás-de tu morrer, Narciso, se não tens mãe? Sem mãe não se pode amar, sem mãe não se pode morrer". Vê-se assim a diferença na relação entre a mãe e o filho, que apesar de continuar a ser irreal, está agora muito mais próxima de Goldmundo.
Ao ler este livro percebe-se que a desigualdade é o ponto de união. Eles completam-se e mostram-nos que a sabedoria pode ser alcançada de todas as maneiras. Ensinam-nos que amar é reunir num só aquilo que nasceu dois e representam os conflitos que vivem dentro de cada um de nós. Com Narciso aprende-se a pensar e com Goldmundo a viver.

Aparição - Vergílio Ferreira

Vergílio Ferreira estudou num seminário e licenciou-se em Filologia Clássica em Coimbra, passando a dedicar-se ao ensino secundário.
A obra Aparição revela o escritor de eleição e é um romance que, na opinião de grandes críticos literários é um dos mais notáveis escritos em língua portuguesa.
Ainda segundo eles é um empolgante e belo livro que assinala elevado lugar na nossa literatura, pela sua problemática, pelas suas implícitas ou possíveis respostas e sobretudo, pelo seu estilo.

Vergílio Ferreira expõe-nos com toda a clareza neste livro a sua posição perante o existencialismo, a procura da felicidade, a aparição de si mesmo e gritar a sinceridade dramática da sua angústia.


O autor tem uma escrita bastante pormenorizada, dando a entender que o seu pensamento está sempre envolto numa camada obscura e pesada… inicia o seu livro com uma recordação do passado, em busca de conforto e felicidade. Recorda a morte do seu pai no norte de onde proveio e não deixa de nos mostrar a sua desilusão ao ser colocado em Évora e não em Lisboa para onde tinha concorrido. Esse retorno ao passado, relacionado com a família, relata-nos o que o levou a ter estas teorias filosóficas.

Foi em Évora que estabeleceu contacto com outras pessoas, com as quais discutiu as suas teorias relacionadas com a sua existência, a procura do seu verdadeiro eu e da sua aparição.

E é em Évora que nos pinta o retrato de uma família burguesa de província e nos descreve com um realismo impressionante o perfil psicológico dos componentes de cada um dessa família.

O pai Moura e sua mulher, a filha Ana casada com o agricultor Alfredo que eram culturalmente diferentes, a filha do meio Sofia, que era solteira, insegura e liberal, um amigo da família Engenheiro conhecido por Chico, adversário do regime e algumas figuras laterais como Bexiguinha e o Bailote, operário agrícola.

Alberto discutia essencialmente as suas ideias com Sofia, Ana e Chico.

A sua vida era bastante monótona, e o facto de ter estudado num seminário leva-me a crer que a procura do seu “eu” está em grande parte relacionada com os ensinamentos religiosos que adquiriu na infância.

Ao longo da obra são descritas várias mortes, e todas elas com uma determinada simbologia. Bailote comete suicídio por ter perdido a fonte do seu rendimento, sendo que a sua existência perde todo o sentido; Cristina, a filha mais nova, morre pois é perfeita demais para viver neste mundo; Sofia morre como punição de todo o mal que tivera feito aos outros, morta por Carolino  Bexiguinha, que tinha ciúmes de Alberto; Bexiguinha e Ana não conseguiram igualar os seus seres e desistiram de lutar pela sua felicidade, o que se pode considerar uma morte psicológica.

Talvez Alberto, o herói que alcançou a sua aparição, possa ser visto como um alter-ego de Vergílio Ferreira, pois se o autor escreveu sobre estas teorias, é porque também pensou sobre elas. O termo "aparição" significa exactamente a revelação instantânea de si a si próprio. A vida de Alberto gira sempre em torno deste mesmo tópico, ele vive constantemente os seus pensamentos e podemos concluir que um dos tópicos principais deste livro, para além do existencialismo é a procura da felicidade.




“Um autor fixa um tema. Mas esse tema, revelando, como revela, um interesse, revela sobretudo que foi só em torno dele que o artista pôde realizar-se como tal.”

                                                                                                                                                                                                                               Vergílio Ferreira

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Apresentação Oral

Este livro fala de um rapaz chamado Tom Sawyer que vive na América no séc. XIX, esta narrativa quer demonstrar o sonho americano, uma vida de paz, liberdade e prosperidade.
Tom Sawyer vivia com tia e os seus dois irmãos numa aldeia ao pé do Mississipi.
Tom era um miúdo igual aos outros gostava de brincar, mas quando chegava a altura do trabalho e dos deveres escondia-se e fugia.
Nesta obra o autor coloca a personagem principal (Tom Sawyer) várias vezes confrontado com o prazer e o dever.São inúmeras as vezes que Tom falta á escola para ir brincar ou nadar no rio.
Neste livro o trabalho é considerado algo obrigatório, que não nos dá liberdade nem prazer, é algo estressante e repetitivo de que não gostamos de fazer.
Por outro lado o prazer é algo que nos é quase "proibido" fazer, algo estimulante que nos dá liberdade e de que gostamos muito de fazer.
Encontrei duas frases de famosos filósofos que apoiam a ideia que retirei do livro:
"Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida."
"Quando fazemos o que gostamos a vida é uma alegria, quando não o fazemos a vida é uma escravidão."

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Apresentação Oral

     A obra que apresentei tem como título “As vinhas da ira” (As vinhas significavam o verde da Califórnia – fartura de alimento e de trabalho; Ira significa o castigo, a vingança e a fúria dos produtores), foi escrito por John Steinbeck em 1939, o que o levou a ganhar o prémio de literatura em 1962.
     Este livro é o retrato detalhado de uma família que vivia numa época conturbada da história norte-americana (Grande depressão), é feito através de uma narração, contendo também protestos políticos do narrador.
    
A personagem principal, Tom Joad, regressa a casa, saído da prisão e reencontra a sua família, já preparada para abandonar a sua terra natal. Com o pouco dinheiro que lhes resta, compram um velho caminhão e seguem viajem. Durante o percurso, a família cruza-se com outras que caminham na mesma direcção e intenção, seduzidos por promessas de trabalho e de bons salários.
     Ao lermos o livro percebemos que o autor t
oma posição a favor de um determinado estrato social e coloca-se como simpatizante e defensor da "causa camponesa", lutando ao lado do povo.
     Grande parte desta história narra um período da vida de uma família de camponeses, os Joad, que trabalham na terra desde sempre. Tom, o segundo filho, acaba de sair da prisão e retorna à casa da família, encontrando o lugar absolutamente devastado e abandonado. Decidem seguir caminho devido à motivação de folhetos publicitários que convocam trabalhadores iludidos por sonhos de que encontrarão um paraíso em seu destino.
     O autor
intercala os capítulos que contam a saga da família Joad, com alguns ensaios político, económico e sociais que, numa linguagem arrebatadora, são pequenos manifestos de Steinbeck. Neles o narrador toma a palavra para si, deixando seus personagens em segundo plano, para logo fazê-los retornar ao centro a fim de provar com um exemplo particular o que tinha acabado de dizer.
     O livro não tem conclusão, nunca sabemos se os Joad chegaram a bom porto ou não. O realismo deste romance leva-nos a reflectir sobre a forma como vivemos uns com os outros, como fechamos os olhos a tantas injustiças que passam à nossa volta, mas também como no final podemos ser solidários com quem precisa. É uma história de protesto mas também de esperança.
 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Apresentação oral

A ação do livro passa-se no século XVIII, na França. Jean Baptiste Grenouille passou por grandes rejeições a começar por sua mãe, que o abandonou sob uma banca de peixes esperando que ali morresse como todos os outros cinco filhos que tivera. Mas por algum motivo sem explicação, em meio de tanta sujeira e condições precárias para um recém-nascido, contrariou todas as expectativas e sobreviveu à negligência de sua mãe e aos maus tratos de todos os outros durante o decorrer de sua infância.
Com um olfato apurado, a cada dia demonstrava grande obsessão por odores.
O olfato era sua única via de reconhecimento e relacionamento com o mundo. Jean Baptiste dizia conhecer todos os odores do mundo, mas o que parecia chamar mais a atenção era o odor feminino. Tanto que, a partir desta obsessão, se transforma num assassino em série, tentando capturar o cheiro de mulheres, mas em vão, pois percebeu que aquele era um cheiro particular e não poderia ser encontrado em mais ninguém e nem retirado daquele corpo.
O jovem conhece um perfumista e consegue um trabalho mostrando seu talento e acaba fixado na idéia de capturar o cheiro de todas as coisas, com a intenção de capturar aquele cheiro que tanto lhe provocou prazer e frustração.

Como a lembrança do prazer de ter sentido o cheiro de sua primeira vítima, sempre lhe vinha à memória, Jean decidiu capturar o cheiro das mais belas e puras mulheres que encontrasse para reter suas essências e fazer o perfume perfeito.
O jovem consegue extrair toda a essência da pureza, beleza das garotas, vítimas de sua obsessão, criando um perfume que tinha de todas estas boas características de um modo concentrado, tornando esta essência capaz de manipular as pessoas.
Jean Baptiste percebeu o poder que tinha em suas mãos, e quando estava para ser condenado pela morte de suas vítimas fez uso do perfume inebriante manipulando todos ao seu redor, fazendo com que o vissem como inocente, com uma pureza tão grande, sendo comparado até com um anjo. Ele utiliza o perfume para dar a ele mesmo essas características e neste momento aquela pessoa que não possuía identidade e cheiro, estava ali com uma identidade invejável, tão boa que não poderia ser condenado.
Assim, Jean Baptiste retorna ao local de sua infância, levado pelo cheiro de suas lembranças: um lugar mal-tratado, esquecido pela sociedade, onde as pessoas não tinham nenhum respeito por si e pelos outros. Acaba derramando o perfume todo sobre si e é devorado (literalmente) pelo amor daqueles que sempre o rejeitaram.
 OPINIÃO: Passou no anonimato toda uma existência, vivendo na penumbra, sem conhecer afeto algum. E era esta a sua luta. Ele conhecia as pessoas pelo cheiro, sabia quem eram e o que faziam, mas não conseguia se aproximar de ninguém.
Grenouille não tem consciência, não conhece a moral nem se preocupa com nenhuma forma de vida superior a ele. Grenouille não sente a culpa pois, na verdade, ele não sente nada do que é humano. Acumulando recordações em forma de cheiros, ele vive obcecado com a sua própria ausência de odor. É isso que, o levará a assassinar sem nunca perceber, realmente, o que era matar, pois para ele, ao preservar o odor das suas vítimas, garantia-lhes a única forma de vida livre possível.
Posso concluir que Jean, desprezado pela sociedade, comprometeu-se a criar um perfume único, de uma maneira cruel, para chamar a atenção e para ser reconhecido pela sociedade.
Silvia Amaral

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Síntese da apresentação sobre "Madame Bovary"

É um clássico da literatura francesa escrito em 1857, século XIX, por Gustave Flaubert.
Um dos aspectos que mais me interessou no livro foi a descrição detalhada, não só dos aspectos físicos e da natureza, mas também dos sentimentos das personagens.
Quando lemos a história não conseguimos alhear-nos dos contextos em que as personagens se inserem.
No lançamento deste livro, Flaubert foi levado a tribunal onde proferiu a famosa frase: ”Madame Bovary c’est moi”.
Para mim o tópico central do livro é Ema Bovary, uma personagem profunda e complexa.
Se a história fosse resumida não tendo em conta os detalhes que envolvem a personagem e a sua vida, seria muito fácil julgá-la pelas suas atitudes, mas com a leitura do livro conseguimos colocarnos no lugar da personagem e compreender os motivos que a levam a ter determinadas atitudes.
Ema sempre viveu num mundo cheio de fantasia, mergulhado na literatura romantica que ela tanto apreciava, mas o sonho da sua cabeça não se transpôs para a realidade e o casamento de Ema tornou-se uma monotonia, sendo esta que leva Bovary a cair em aventuras mais sérias, que a conduzem à verdadeira infelicidade.
Monotonia essa que pode ser observada na seguinte passagem :”Depois de ter usado o coração como isqueiro sem conseguir fazer saltar a chama, incapaz de compreender o que não sentia , como, aliás, de crer no que quer que fosse que não se manifestasse por formas convencionais, Ema persuadiu-se sem custo que a paixão de Carlos nada tinha de exorbitante. As suas expansões tinham-se tornado regulares; abraçava-a a certas horas. Era um hábito entre os outros, como uma sobremesa de antemão prevista, após a monotonia do jantar.”
Carlos era apaixonado por Ema, mas era também muito controlado pela sua mãe.
Numa determinada altura, nasce Berta filha de Carlos e Ema, mas esta bébé não tem um papel muito importante na vida da mãe. Os problemas de Ema giram à volta de muitas coisas, mas Berta não é uma das suas preocupações.
Ema tinha um mundo próprio, vivia dentro da sua imaginação, mas não a conseguia transpôr para a sua vida diária, começava aqui a incoerência que a impedia de atingir a verdadeira felicidade, a madame Bovary, conseguia apenas viver alegrias momentâneas, tais como as idas à opera ou um novo interesse romântico.
Esta personagem era muito bela e conseguia reunir a exuberância e a descrição.
Era irreverente, mas ao mesmo tempo precisava muito de carinho e atenção, talvez por isso a necessidade de recorrer ao adultério.
No fundo Ema precisava de se sentir amada para se conseguir amar .
Era criticada por não ser religiosa e ler muitos romances. Ema é uma personagem bela, inteligente, romântica mas acima de tudo insaciável, vive num constante estado de apreensão.
No final do livro Ema escolhe a morte em vez de enfrentar os problemas da vida, afinal Carlos representava o oposto de tudo aquilo que ela desejava.
Outros tópicos que poderiam ser abordados no livro era a inveja (na profissão de Carlos), a luxúria, a vaidade e as criticas à religião e à sociedade como podemos confirmar na seguinte passagem: “coisas absurdas em si mesmas e completamente opostas, aliás, a todas as leis da física; o que mostra, diga-se de passagem, que os padres têm levado a vida a corromper-se numa ignorância torpe, em que se esforçam por arrastar com eles todo o povo.”
Um aspecto curioso neste livro é a passagem do protagonismo de Carlos para Ema, o que mostra a forma como ele é subjugado por esta mulher.
Uma frase que na minha opinião mostra a atitude de Ema, é que Ema não comete uma falta, inaugura um vício. A partir do momento que Bovary está convicta na escolha do caminho que a conduz à felicidade não vai voltar atrás.
Uma das coisas que li no inicio do livro é que o vinho se torna em vinagre pelas circustâncias da vida. Não devemos julgar os outros sem tentar antes compreender os motivos das suas acções, tal como  Blaise Pascal dizia: “o coração tem razões que a própria razão desconhece.”
No filme Vale Abraão realizado por Manuel de Oliveira baseado neste livro, dois dos aspectos que mais me interessaram foi a música melancólica, calma mas ao mesmo tempo pesada que para mim caracteriza na perfeição a vida de Ema, e também o facto de na sua generalidade ser um filme narrado o que mostra que apesar de tudo Ema tem uma perspectiva exterior da sua vida.
No fundo Ema era uma personagem de contrastes, muito controversa e com muitas oscilações comportamentais. Bovary era uma eterna insatisfeita!
Gostei muito de ler este livro e principalmente de o analisar, mostranos o fascínio de determinadas personagens e como todos somos diferentes!

Apresentação Oral, Anna Karenina

A acção deste livro passa-se na Rússia no século XIX mas podia perfeitamente estar-se a passar noutro lugar qualquer do mundo e pode ser considerada actual pois é uma  descrição de algo humano, algo que é próprio da sociedade, do comportamento humano, podemos ter mudado a maneira de falar, de vestir, talvez até de pensar, mas ainda há muitas coisas que fazemos erradamente e algumas delas estão aqui descritas com uma exactidão e pormenor aterradores. O autor concentra-se na vida de quatro pessoas que se conhecem e interagem entre si, é um livro muito descritivo a nível de relações entre as pessoas em sociedade e fora dela, é quase assustador a maneira como nos é transmitida a informação, porque sabemos sempre tudo, o que todos pensão, os que todos dizem, o que todos sentem, a todo o tempo temos os dados todos como se fossemos essa pessoa, e todas essas pessoas sabem talvez um pouco menos que nós porque, ao contrário de nós, leitores, não estão a todo o tempo a fazer introspecção, que é algo feito pelo narrador da história. A descrição da vida das pessoas é feita, por Tolstoi, com um pormenor e uma exactidão que até chega ao ponto de assustadora. Cada pessoa caracterizada neste livro tem um propósito, nada é ao acaso, talvez como as acções humanas, nada é feito ao acaso. Cada personagem é uma perspectiva diferente, uma maneira de ver as coisas com outros olhos.
Para mim o mais interessante no livro, não foi as personagens e as suas vida mas sim, a maneira como elas e as suas vidas são descritas, como a teia de relações entre toda a gente é bem elaborada e real. Tolstoi mostra-nos uma perspectiva que a maior parte de nós gosta de ignorar fingir que não existe porque só pensar que as pessoas são assim é estranho e desagradável. Para mim isso foi a cereja em cima do bolo! no fundo, acho que este texto é uma critica há sociedade, uma critica bem pensada, bem arquitecta e bem explicada.

Síntese da Apresentação Oral

Neste livro “Afinidades Electivas” de Goethe, grande escritor e filósofo alemão, o que eu mais apreciei e acho que mais merece ser realçado quando nos referimos a esta obra, é a forma como o autor relaciona as personagens presentes na história, a forma como ele aborda as relações humanas. Gostei particularmente da analogia feita entre elementos químicos e a situação em que as quatro personagens centrais se encontram. O paralelo estabelecido entre estas duas componentes, aparentemente tão diferentes mas visto deste prisma com comportamentos semelhantes, é que tal como dois elementos químicos inicialmente unidos, perante a presença de outro ou mais elementos têm tendência a separar-se e dessa separação advirá uma nova união pois os elementos que são mais compatíveis têm uma necessidade de se unir, assim também duas pessoas com uma grande ligação, perante a presença constante de outra pessoa, se podem afastar, e quebrando essa ligação vai haver como que uma necessidade de proximidade, uma necessidade de criar novas ligações, e a “força de atracção” que aí vai actuar vão ser as afinidades que ali se criam entre as personagens, o “escolhido” será a pessoa com quem se tem maior afinidade.  
Uma afinidade é algo incontrolável, não se escolhe, não se pensa, é uma tendência que se cria, ou como outros lhe gostam de chamar, uma força superior, o destino.

 Outro ponto que eu mais gostei nesta historia, é a renúncia, pois após o afastamento entre o casal da historia, Eduard e Charlotte, dar-se-á então a aproximação entre o capitão e Charlotte, e o Eduard e Otillie, ou seja, no livro está bastante explicito a forma como as personagens se debatem contra a sua vontade, renunciam aos seus desejos, há claramente um conflito entre o que é ético e legítimo, e as atracções e inclinações inevitáveis entre cada par. Algo que me espantou ainda nesta historia foi o facto de mesmo nesta situação complicada, e tendo todos conhecimento dela, as personagens agiam como se nada se passasse e mantinham a postura.

Este romance pareceu-me algo trágico devido particularmente ao seu final, na minha opinião o que o autor quer mostrar é o quão complexas são as relações entre as pessoas, as escolhas difíceis que por vezes temos de fazer perante determinadas situações, tudo isto com amor e renúncia a este mesmo à mistura, e o quão complexas são as próprias pessoas, que nesta historia se mostram perspicazes e cientes do que se passa, tendo algumas atitudes na minha opinião algo incompreensíveis.

Foi uma boa leitura, gostei muito do que pude observar na forma como toda a historia sucedeu, e apesar de ser uma obra complicada e com muito que se lhe diga, consegui retirar o que nesta síntese aqui referi e achei muito interessante.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Actualidade das palavras do Padre António Vieira

Os tempos mudam, as mentalidades também.
  Mas existem determinados aspectos que são intemporais  e próprios da natureza humana.
  São precisamente esses tópicos que Padre António enfatiza ao longo do seu discurso.
  A corrupção, a desigualdade e a resistencia ao sofrimento são coisas que sempre existiram e sempre e  sempre existirão.
Somos todos diferentes, mas em conjunto formamos uma população com qualidades e defeitos, que fortalecem as relações humanas.
A forma como dizemos as coisas pode mudar, mas os valores passam de geração em geração e apesar de alguns se irem perdendo haverá sempre quem lute a favor do bem e tente ajudar os outros, como o Padre António Vieira.
O seu discurso tem uma enorme actualidade em diversos campos da nossa vida, sejam eles políticos, pessoais ou até de relacionamento com os outros.

O Sermão de Santo António podia ter sido escrito nos dias de hoje

O sermão de Santo António foi escrito há mais de 200 anos, no entanto, alguém que não o saiba não repara em tal a não ser pelas características da fala. Os assuntos falados no sermão ainda hoje são actuais. O Homem continua a ser um ser invejoso, maldoso e corrupto. Os grandes continuam a alimentarem-se de vários pequenos, assim como Santo António dizia. A cobiça e a falsidade continuam a reinar na Terra.
O facto de Santo António falar das coisas em geral, de usar os peixes como alegoria para se referir aos Homens dá uma actualidade incrível ao texto, lê-lo hoje ou lê-lo há 100 anos atrás provoca exatamnete o mesmo efeito numa pessoa. É um texto com um conteúdo intemporal...

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Comparação do Sermão de Padre António Vieira à actualidade.

O Sermão do Padre António Vieira aos peixes pode ser localizado no século XVII, ou seja, já à bastantes anos. No sermão Santo António crítica indirectamente o ser humano, isto acontece, de certo, modo quando Santo António diz que o Homem comete tantos ou mais e piores pecados que os peixes.
Santo António refere-se principalmente ao facto de os Homens se comerem uns aos outros (tal como os peixes), sendo assim julgados por esses actos de corrupção.
O sermão pode ser comparado com a actualidade, pois ambos se verifica a critica ao Homem quanto à corrupção, maldade, ganância,... isto é,a todos os seus grandes pecados. Pecados os quais podem ser ainda evidenciados na maior parte dos Homens da actualidade, desde políticos a simples pessoas comuns...
Com isto consigo concluir que a “maldade/corrupção" do ser humano é um problema transversal existente ao longo dos séculos.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A actualidade das palavras do Padre António Vieira

O Sermão aos peixes do Padre António Vieira foi escrito, como todos sabemos, no séc XVII.
No sermão estamos perante várias críticas à sociedade, visto que se trata de uma alegoria em que o Padre critica os pecados e defeitos do ser humano.
O autor coloca-nos numa posição susceptível a reflectir, se já no séc XVII o Homem era acusado quer de corrupção, inveja, maldade, pouca devoçao, maus ouvintes, conflituosos, podemos concluir então que as palavras proferidas por António Vieira possuem um carácter intemporal, ou seja podem ser aplicadas à sociedade em que nos encontramos hoje em dia e que resistiram ao longo dos tempos. Se pensarmos bem, o Homem de há 4 séculos atrás é o mesmo do de hoje em dia, claro que os seus defeitos não mudarão com o tempo se ele mesmo não quer mudar… 

sábado, 29 de outubro de 2011

Texto Argumentativo - Touradas em Portugal

Tourada é um espectáculo típico em Portugal, que consiste numa lide de toiros bravos. É considerado um património material, em que muitos dizem que evoluiu a cultura, pois faz parte de um património e há que defende-lo. No entanto, começa a haver grupos de defesas aos animais a oporem-se a esta arte tão apreciada por alguns, pois dizem que os animais sofrem de dores insuportáveis e acham que é uma crueldade sem nenhuma justificação que não esta incluída em nenhuma tradição humanista. Li um texto de uma mulher que falava de touradas com se fosse algo de uma tremenda crueldade, qualquer apreciador de tauromaquia poderia ficar assustado com as suas ideias, a algumas completamente erradas. E dizia assim:

                Dias antes do espectáculo, são colocados pesos sobre as costas do touro que lhe causam muitas dores. Um dia antes, é posto num recinto escuro, sem água ou alimento. Dão-lhe laxantes, provocando diarreias que o desidratam. As pontas dos chifres são cerradas, tornando-se sensíveis e dolorosas a qualquer toque. Seus olhos são besuntados com vaselina, o que dificulta a visão. Quando a porteira se abre e ele entra na arena cheia de claridade, está fraco, debilitado, dolorido e sem enxergar direito. As roupas coloridas e cheias de lantejoulas dos toureiros confundem ainda mais a visão do animal. Montados a cavalo, os "picadores" iniciam a tortura. Lanças são espetadas em suas costas, perfurando-as até o pulmão”

            Bem, claramente a pessoa que disse isto é a favor dos direitos dos animais e tudo mais, mas as afirmações dela só vêem o lado mau exagerando ate no que diz. Tirando partido da brutalidade e do sangue derramado nessas touradas, pensado que conseguem proibir não só as touradas de morte mas também as touradas sem touros de morte, um acto que acho que é impossível no meu ponto de vista.

            A tauromaquia é uma arte, reconhecida e classificada como tal no estado Português. A arte para mim não se discute, cada um tem os seus gostos, e cada um vê aquilo que quer. Ainda para mais, para muitas zonas do nosso país é uma óptima forma para ajudar na economia pois chama vários turistas a assistir a algo que não podem assistir em muitos locais, contribuindo para o desenvolvimento das populações locais. Também contribui ecologicamente para a preservação da espécie, pois caso não houvesse touradas já estaria extinta e no meu ponto de vista é muito menos doloroso para o animal ser morto na arena a “sangue frio” do que por vezes esperar para ser o dia de ir para o matadouro. Mas no entanto existem animais que sofrem muito mais por causa de pessoas, que por vezes até se dizem defensores dos animais, tomando como exemplo o abandono dos cães e dos gatos esta situação acontece mais no Verão quando os donos dos animais pensam em ir de férias sem nenhuma preocupação. Mas de certeza absoluta que ainda ninguém viu nenhum touro abandonado pela rua, ou a morrer no pasto com falta de comida.

Será que alguém tem o direito de impedir os cidadãos de se divertirem, assistindo a um espectáculo tauromáquico?

Sobretudo se o divertimento faz parte da tradição da festa brava, enraizada, pelo menos, numa parte do povo?

Não será verdade que a liberdade de proibir os outros vai contra  a liberdade de cada um assistir?

Mas também não será verdade que a liberdade de cada um termina onde começa a dos outros?



 Sou Portuguesa, e acho que como tal não devo opor-me as minhas tradições, desde pequena que assisti a touradas, vacadas e largadas e tenho a dizer que é um excelente espectáculo, aconselho a todos os que como aquela mulher que disse tais exageros a pensar no “porque” e no “para que” é que os touros existem afinal, e porque é que tanta gente tem gosto em ver tal espectáculo… Assistam a uma boa tourada e logo verão o que fascina tantas pessoas.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Orgulho e Preconceito

O livro que apresentei chama-se “Orgulho e Preconceito”, escrito por Jane Austen.
Esta obra retrata a vida de uma família da pequena burguesia, os Bennet.
O principal problema que a família Bennet enfrenta é não ter um filho varão para continuar a sua linhagem e assegurar após a morte do Sr. Bennet, a sustentação da Sra. Bennet e das suas cinco filhas, para não perderem os seus bens e não viverem na pobreza. Para a Sra. Bennet esta situação não lhe agrada. Por isso ela começa a ser a casamenteira das suas filhas, três das quais terão uma união favorável.
Um dos assuntos principais da obra é o casamento. Qual é o rendimento do pretendente por ano, será que ele é solteiro ou casado? E naquela altura era a única coisa que interessava. A fortuna, as propriedades, as maneiras cavalheirescas, todos os atributos que transmitiriam a ideia do marido perfeito.
Mas Jane Austen tenta opor-se a este conceito de casamento. Na sua opinião pessoal o casamento é sinónimo de amor, felicidade, mas para a sociedade do século 19 o casamento vê-se como um negócio. O homem rico tem de se casar ou será julgado por não o fazer, por sua vez o papel da mulher é de casar com o pretendente que os pais escolherem. Por isso quando no excerto: “É uma verdade universalmente aceite que um homem solteiro na posse de uma fortuna avultada necessita de uma esposa”, esta palavra “necessita”, é mais uma obrigação monetária e social do que uma escolha de livre vontade.
Uma das personagens principais que decide o destino desta família é o Sr. Collins.
O Sr. Collins é primo do Sr. Bennet e após a sua morte, possuirá a propriedade dos Bennet. Na obra o Sr. Collins foi convidado a ir a casa dos Bennet com o propósito de se casar com uma das suas cinco primas, acabando por se declarar a Elizabeth. Elizabeth recusa o seu pedido, mesmo que essa união pudesse salvar as suas irmãs e a sua mãe da miséria. A Sra. Bennet sente-se extremamente zangada com a resposta de Elizabeth e no final de tudo é a decisão de seu pai que esclarece todos os problemas.
O Sr.Bennet é uma personagem muito avançada do seu tempo. Um pai naquela época que tivesse bom senso, nunca iria deixar a sua filha decidir um assunto que era decidido pelo sexo oposto. E ainda por cima o matrimónio que decidiria a vida da sua família.
Outro assunto que acho importante realçar é a diferença de estratos sociais, que é muito valorizado para a ocorrência do casamento.
Elizabeth quando conhece o Sr. Darcy, um aristocrata que possui a propriedade de Pemberly e que no livro é considerado o homem mais rico da região, vê-o como a pessoa mais orgulhosa e desagradável do mundo.
Porém, quando Elizabeth começa a conhecê-lo melhor, percebe que o Sr.Darcy não passa de um homem inseguro que não tem a culpa de possuir uma fortuna tão grande. No final da obra Elizabeth casa-se com o Sr. Darcy, embora eles sejam de estratos sociais completamente diferentes.
Para muitas personagens a união foi positiva, principalmente para a família de Elizabeth. Contudo para outros acharam que era desrespeitoso o Sr. Darcy casar-se com alguém inferior ao seu estatuto. Como por exemplo a sua tia, a Lady de Bourgh, uma aristocrata orgulhosa, que humilha e domina todos os que a rodeiam.
Eu acho que este romance, critica a discriminação existente na sociedade que impede as mulheres de herdarem os bens ou as propriedades da família, os quais, na falta de um herdeiro directo varão, passam directamente para o parente masculino mais próximo, colocando as descendentes directas numa situação financeira bastante complicada.
Outro dos pontos importantes que a autora insiste é que não importa em que estrato social a mulher se encontra, ela deve casar-se com quem ela quiser, quer seja por amor, por afinidades intelectuais ou temperamentais.
Eu acho que a autora foi muito corajosa ao mostrar as suas ideias inovativas e fora do vulgar, que poderiam ser descriminadas pela sua sociedade. Porém a obra Orgulho e Preconceito tornou-se um dos clássicos da literatura inglesa e do mundo.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sermão de Santo António

“Pois tudo aquilo é andarem buscando os homens como hão-de comer, e como se hão-de comer.”

Esta frase que retirei do segundo parágrafo do capítulo IV mostra um ponto essencial.  Os Homens são egoístas! Tudo, ou grande parte do que fazem, tem algum proveito próprio, uma segunda intenção. Andamos todos a procura do melhor para nós, e não nos apercebemos de que todos fazemos exactamente o mesmo e, por isso, acabamos muitas vezes intencionalmente ou inconscientemente por andarmos aos “encontrões” uns aos outros.
Os Homens grandes comem os homens mais pequenos. E quando digo grandes e pequenos não falo exactamente em tamanho mas, noutros aspectos que fazem nesta sociedade um homem ser designado de “grande” ou ”pequeno”. E dentro destas duas posições, os grandes mesmo injustamente acabam sempre por comer os mais pequenos. Isto mostra-nos portanto a falta de justiça e a desigualdade que há!


Mafalda Caldeira

Sermão de Santo António aos peixes

         No segundo parágrafo da secção quatro do Sermão de Santo António aos peixes, o padre António Vieira refere muitas vezes o verbo “comer”. Para mim, neste parágrafo, há duas interpretações possíveis para esse verbo, uma delas é o sentido do verbo em si mesmo, ou seja, quando o Padre António Vieira diz que os peixes grandes comem os mais pequenos, é no sentido em que realmente para sobreviverem, os peixes grandes alimentam-se dos mais pequenos. Mas também é verdade que este verbo pode ter um significado figurado, pois podemos comparar os peixes aos homens, e vê-mos que os homens poderosos se aproveitam das indefesas dos menos poderosos, tal como os peixes maiores se aproveitam dos mais pequenos. Assim o conceito “comer” tem outra interpretação quando é aplicada aos homens.

Reflexão sobre o verbo "comer"

O Sermão de Santo António aos peixes é uma obra onde sucessivamente a interpretação de cada palavra transcende o seu sentido literal. A IV secção não é excepção, sendo o verbo comer o ponto central dessa alegoria.
Quando atribui o verbo comer aos peixes, Padre António Vieira refere-se mesmo ao modo de sobrevivência destes. No entanto, quando os homens são o assunto central, comer perde todo o seu sentido literal, passando assim a representar uma crítica implícita à justiça. 
             Injustiça, é apenas essa a ideia que o autor pretende reforçar, sendo evidente nas frases: “os peixes grandes comem os mais pequenos” e “Os homens, com suas más e perversas cobiças, vêm a ser como os peixes que se comem uns aos outros” . Quer isto dizer que os mais fortes aproveitam-se dos mais fracos para atingir os seus fins, visto que estes não têm meio de defesa. Os abusos de poder são sucessivos e marcantes em toda a sociedade. A palavra igualdade é mencionada apenas para esconder a verdadeira realidade. 
Para quê pensar nos outros? É esta a pergunta que Padre António Vieira repreende, mas de uma maneira suavizada. O verbo comer foi a chave encontrada para abrir a porta que, naquela altura, todos tentavam fechar. 

                                                                                                                Ana Catarina Cardoso

Sermão de Santo António aos Peixes

Na quarta secção do Sermão de Santo António aos peixes faz uma acusação aos peixes em que o principal defeito deles é de se comerem uns aos outros e os maiores comerem os mais pequenos. Deste modo, na minha opinião critica a prepotência dos Homens poderosos, que, como peixes, vivem do sacrifício dos mais pequenos, homens poderosos aniquilam os mais frágeis, os marginalizados da sociedade, os quais "engolem" e "devoram e também todos os Homens, com suas más e perversas cobiças, vêm a ser como os peixes que se comem uns aos outros. Ele faz referência à tribo de Índios brasileiro chamado Tapuias, que tinha hábitos antropófagos, mas refere-se, muito mais aos homens da cidade que se comem uns aos outros. Os homens andam à procura uns dos outros param se comerem mutuamente.
 Quando alguém morre, segundo ele, há muitos que desejam comê-lo. Sendo sempre os mais desfavorecidos e miseráveis a serem comidos. Mas os homens também se comem uns aos outros mesmo dentro da mesma classe social, porque cobiçam os bens uns dos outros, são interesseiros: Posto isto, nesta seção faz uma crítica social ainda hoje tão actual.

Sermão da Santo António aos Peixes

O quarto capítulo do sermão de santo António aos Peixes é dedicado às críticas. Utiliza o verbo comer para criticar tanto os peixes como os homens.
No segundo parágrafo fala aos peixes para que estes observem os Homens, no seu dia-a-dia, para que desta forma os possa criticar.
Não utiliza o verbo comer na verdadeira acepção do termo, utilizando-o para se referir ao mal que os Homens fazem uns aos outros.
Santo António chama à atenção para o facto de que os homens passam a vida á procura de uma vida melhor, mesmo que para isso prejudiquem o próximo. Os Homens cobiçam aquilo que é dos outros e só se não poderem é que não se apropriam dos seus bens, se não o conseguem ainda em vida fazem-no depois de morto.
 Os mais fortes, mais poderosos e mais importantes, aproveitam-se das fraquezas dos mais pobres e por isso mais fracos.
 Critica também os Homens que pela sua ambição, passam por cima dos outros, prejudicando-os, para atingirem os seus objectivos.

A injustiça e a desigualdade

O sermão de Santo António aos peixes é uma alegoria e como tal muitos dos argumentos utilizados tem de facto um sentido figurado que ultrapassam o próprio sentido literal das palavras.
   É o que acontece no secção IV, quando sucessivamente o verbo comer é utilizado.
   Com isto o Padre António Vieira mostra a sua posição em relação à desigualdade existente entre as pessoas, já que menciona o facto de serem os “peixes grandes a comerem os peixes pequenos” ou seja apesar de sermos todos pessoas não nos consideramos nem agimos como iguais.
   Isto mostra-nos também a injustiça que existe, já que aqueles que por uma ou outra razão são considerados como mais fracos não são defendidos, antes pelo contrário acabam por ser prejudicados por determinadas pessoas que não olham a meios para atingir os seus fins e que principalmente pensam nelas primeiro.
   O verbo comer acaba por ser uma janela para que todos possamos entender a critica implícita que o autor pretende transmitir.