terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O auto-retrato

Muitas pessoas confundem auto-retrato com auto-biografia, embora se tratam de coisas distintas. A auto-biografia remete para alguém a escrever sobre a sua vida. O auto-retrato trata-se de alguém a fazer uma descrição de si próprio. O auto-retrato pode ser escrito ou pintado. O primeiro caso trata-se de uma descrição essencialmente física embora possamos encaixar na pintura alguns elementos que transmitam características da nossa personalidade. No segundo caso é preferível para descrições psicológicas pois apesar de podermos dizer a cor dos olhos do cabelo, a altura, nunca podemos passar a ideia real do nosso aspecto físico.
Quase um auto-retrato de Manuel Alegre é um exemplo de um auto-retrato. Analisando o texto podemos ver que não existem marcas de descrição física mas apenas psicológica. O autor, em toso o texto, destaca a ideia de ser uma pessoa que não se prende muito às coisas e que se preocupa em viver o presente em vez de pensar no passado ou no futuro.
Todo o texto contem marcas de auto-retrato, é escrito na primeira pessoa do singular, contem marcas de subjectividade, opiniões pessoais e descrições.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Síntese da Apresentação

Endechas a Bárbara Escrava

Aquela cativa,
que me tem cativo,
porque nela vivo
já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
em suaves molhos,
que para meus olhos
fosse mais fermosa.

Nem no campo flores,
nem no céu estrelas,
me parecem belas
como os meus amores.
Rosto singular,
olhos sossegados,
pretos e cansados,
mas não de matar.

Ua graça viva,
que neles lhe mora,
pera ser senhora
de quem é cativa.
Pretos os cabelos,
onde o povo vão
perde opinião
que os louros são belos.

Pretidão de Amor,
tão doce a figura,
que a neve lhe jura
que trocara a cor.
Leda mansidão
que o siso acompanha;
bem parece estranha,
mas bárbara não.

Presença serena
que a tormenta amansa;
nela enfim descansa
toda a minha pena.
Esta é a cativa
que me tem cativo,
e,pois nela vivo,
é força que viva.

Poema da página 144

Este poema é um canto à beleza de uma mulher negra e escrava por quem o eu poético se apaixonou, chamada Bárbara.
Uma beleza exótica, pois naquela época as mulheres ideais eram caracterizadas como sendo mais brancas que a neve, cabelo da cor do trigo e uma personalidade inacessível (modelo de mulher petrarquista).
No entanto, o eu poético rompe esse modelo, afirmando que os cabelos negros de Bárbara são mais belos que os louros, e os seus olhos escuros possuem uma "graça viva".
Apesar de ser uma escrava, Bárbara é descrita como tendo uma grande leveza e uma suavidade superior - "bem parece estranha,/mas bárbara não".
Assim, pelo poder de sedução que emana da sua pessoa, a cativa torna-se "Senhora" do seu Senhor, dona do seu dono.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Síntese da apresentação

Apresentação oral: Autobiografia

Auto/Bio/Grafia
Eu/Vida/Escrita

A Autobiografia é uma palavra de origem grega, traduz um género literário em prosa em que um indivíduo narra a história da sua vida na 1ª pessoa.
Explicando de outra forma, consiste na narração da experiência vivencial do indivíduo, levada a cabo por ele próprio, de forma contínua e posterior aos acontecimentos narrados.
Para além da autobiografia, há vários tipos de textos com características autobiográficas, isto é géneros literários do eu, como: cartas, memórias, diários e o auto-retrato; nestes casos obedecem a determinada estrutura, podem articular o seu eu com o contexto histórico - cultural ou podem ser um género fragmentado, datado, obedecendo a uma ordem cronológica.
Leitura do texto da pág. 105.

Pergunta para a turma:

1. Identifiquem-me neste texto uma ou mais frases que indiquem que é uma Autobiografia.




José Pelica nº18 10ºB