quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Orgulho e Preconceito

O livro que apresentei chama-se “Orgulho e Preconceito”, escrito por Jane Austen.
Esta obra retrata a vida de uma família da pequena burguesia, os Bennet.
O principal problema que a família Bennet enfrenta é não ter um filho varão para continuar a sua linhagem e assegurar após a morte do Sr. Bennet, a sustentação da Sra. Bennet e das suas cinco filhas, para não perderem os seus bens e não viverem na pobreza. Para a Sra. Bennet esta situação não lhe agrada. Por isso ela começa a ser a casamenteira das suas filhas, três das quais terão uma união favorável.
Um dos assuntos principais da obra é o casamento. Qual é o rendimento do pretendente por ano, será que ele é solteiro ou casado? E naquela altura era a única coisa que interessava. A fortuna, as propriedades, as maneiras cavalheirescas, todos os atributos que transmitiriam a ideia do marido perfeito.
Mas Jane Austen tenta opor-se a este conceito de casamento. Na sua opinião pessoal o casamento é sinónimo de amor, felicidade, mas para a sociedade do século 19 o casamento vê-se como um negócio. O homem rico tem de se casar ou será julgado por não o fazer, por sua vez o papel da mulher é de casar com o pretendente que os pais escolherem. Por isso quando no excerto: “É uma verdade universalmente aceite que um homem solteiro na posse de uma fortuna avultada necessita de uma esposa”, esta palavra “necessita”, é mais uma obrigação monetária e social do que uma escolha de livre vontade.
Uma das personagens principais que decide o destino desta família é o Sr. Collins.
O Sr. Collins é primo do Sr. Bennet e após a sua morte, possuirá a propriedade dos Bennet. Na obra o Sr. Collins foi convidado a ir a casa dos Bennet com o propósito de se casar com uma das suas cinco primas, acabando por se declarar a Elizabeth. Elizabeth recusa o seu pedido, mesmo que essa união pudesse salvar as suas irmãs e a sua mãe da miséria. A Sra. Bennet sente-se extremamente zangada com a resposta de Elizabeth e no final de tudo é a decisão de seu pai que esclarece todos os problemas.
O Sr.Bennet é uma personagem muito avançada do seu tempo. Um pai naquela época que tivesse bom senso, nunca iria deixar a sua filha decidir um assunto que era decidido pelo sexo oposto. E ainda por cima o matrimónio que decidiria a vida da sua família.
Outro assunto que acho importante realçar é a diferença de estratos sociais, que é muito valorizado para a ocorrência do casamento.
Elizabeth quando conhece o Sr. Darcy, um aristocrata que possui a propriedade de Pemberly e que no livro é considerado o homem mais rico da região, vê-o como a pessoa mais orgulhosa e desagradável do mundo.
Porém, quando Elizabeth começa a conhecê-lo melhor, percebe que o Sr.Darcy não passa de um homem inseguro que não tem a culpa de possuir uma fortuna tão grande. No final da obra Elizabeth casa-se com o Sr. Darcy, embora eles sejam de estratos sociais completamente diferentes.
Para muitas personagens a união foi positiva, principalmente para a família de Elizabeth. Contudo para outros acharam que era desrespeitoso o Sr. Darcy casar-se com alguém inferior ao seu estatuto. Como por exemplo a sua tia, a Lady de Bourgh, uma aristocrata orgulhosa, que humilha e domina todos os que a rodeiam.
Eu acho que este romance, critica a discriminação existente na sociedade que impede as mulheres de herdarem os bens ou as propriedades da família, os quais, na falta de um herdeiro directo varão, passam directamente para o parente masculino mais próximo, colocando as descendentes directas numa situação financeira bastante complicada.
Outro dos pontos importantes que a autora insiste é que não importa em que estrato social a mulher se encontra, ela deve casar-se com quem ela quiser, quer seja por amor, por afinidades intelectuais ou temperamentais.
Eu acho que a autora foi muito corajosa ao mostrar as suas ideias inovativas e fora do vulgar, que poderiam ser descriminadas pela sua sociedade. Porém a obra Orgulho e Preconceito tornou-se um dos clássicos da literatura inglesa e do mundo.

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