sábado, 8 de outubro de 2011

Defender os Direitos Humanos deve continuar a ser uma prioridade de todos

Somos todos diferentes, mas direitos todos temos e é isso que nos une. A liberdade de expressão e igualdade perante a lei é algo que nos assiste. A liberdade individual é a meta de cada um. 
Queremos ser livres, sim, mas a nossa liberdade acaba onde começa a liberdade do outro. E o que quer isto dizer? A liberdade é condicionada e antes de pensarmos em obter a nossa, devemos negar a invasão da liberdade de outrem. Só deste modo podemos pedir o mesmo. Pensar todos conseguimos. E agir? Daí a necessidade de serem escritos e claros os direitos de cada um, direitos esses que são comuns a todos, independentemente de quaisquer diferenças. Mas o que é isso de diferença se no fundo, somos todos diferentes? Diferente é o modo de agir ou pensar, nada mais, o resto são meros pormenores.
Comparando o passado com o presente é clara e notória a evolução ao nível dos direitos de toda a humanidade, no entanto são ainda muito acentuadas as desigualdades de diversa índole social, económica, política e religiosa.
            Apontar os erros não é tarefa difícil e, pelo contrário, as soluções não são tarefa fácil. Nos tempos em que vivemos, as assimetrias e fanatismos são os factores impeditivos na defesa dos direitos humanos. Serão certas situações já conhecidas dignas do século em que vivemos? São necessárias soluções para que o avanço notado do passado para o presente seja o mesmo que as gerações vindouras possam notar do presente para o futuro.
            Será que valerá a pena combater certos conflitos? Vale sempre a pena. Mas e por onde começar? Promover o interculturalismo é a meta principal a curto prazo, visto que o fanatismo religioso tem sido o principal incentivo dos conflitos entre povos. Fanatismo religioso é provavelmente o tema mais difícil de abordar, visto que é o principal obstáculo na defesa dos direitos que todos merecemos.
            O conflito está presente em qualquer lado e talvez o desenvolvimento tardio de múltiplos países seja determinante. Mas como pode um país desenvolver-se se a taxa de alfabetização é menor do que a taxa de natalidade? É preciso manter os olhos bem abertos porque enquanto alguém afirma que não quer estudar, milhões de cidadãos do outro lado do mundo desesperam por oportunidades de o fazer. Pode ser este um dos pontos fulcrais no avanço global dos direitos de todos.
            Dinheiro é talvez a palavra mais gasta em todo o mundo, uns utilizam-na milhares de vezes porque têm demais e outros porque nunca o tiveram nas mãos. É preciso distribuir a riqueza por igual, senão não é justo afirmar que todos têm direito ao mesmo. Será este segredo? Será que há algum segredo? Só há uma coisa a fazer. Os direitos já existem, agora é continuar a lutar para que seja notória a sua existência sem qualquer leitura dos mesmos. 
            O social não deve, nem pode sobrepor-se ao económico ou religioso.
            Miséria? É vergonhoso falarmos nela quando é público que são gastos milhões em bens materiais que em nada vão contribuir para o bem de toda a humanidade. De que servirá um mundo recheado de matéria se o bem nele não reinar?
            É preciso tomar diversas atitudes, mas não são só as organizações internacionais que têm de carregar com esse peso nos ombros. Todos podem contribuir, até com actos que possam parecer insignificantes. O que serve dizer que todos temos os mesmos direitos se no momento a seguir estamos a excluir alguém da nossa sociedade num acto de racismo? De que serve dizer que a miséria tem de acabar se por várias vezes desprezamos algo por possuir apenas valor sentimental? De que serve dizer que temos um mau serviço de saúde quando estamos muitas horas à espera de atendimento se outros nem um centro de saúde possuem?
            Se depois disto todos parássemos um pouco para reflectir já seria um grande avanço, pois o que pode parecer um pequeno passo para o homem, pode ser um grande passo para a humanidade.
            Nem tudo é mau e sabemos que a evolução foi feita em grande número. Mas será que o objectivo está cumprido? Ainda há muito por fazer, por isso “baixar os braços” é frase proibida. Os direitos humanos são globais, mas a globalização ainda não é total. Há povos que nunca provaram o sabor da liberdade e isso pode e deve fazer-nos pensar que talvez sejamos algo egoístas em certas coisas que dizemos ou fazemos.
Devemos sim continuar a defender o que temos, mas também pensar que há muitos que não têm metade, daí defender os Direitos Humanos deva continuar a ser uma prioridade de todos.

                                                                                                                    Ana Catarina Cardoso

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