sábado, 8 de outubro de 2011

A Eutanásia- Texto argumentativo

Para começar, acho que é importante explicar o que é a eutanásia.
A eutanásia é a acção deliberada de causar ou apressar a morte de um doente. Esta acção pode ocorrer das seguintes maneiras:
• Decisão médica de administrar uma injecção letal no doente;
• Decisão médica de não dar a assistência médica básica ou o tratamento médico padrão;
• Decisão médica de dar ao doente uma droga ou outro meio que o ajude a cometer suicídio.
Esta escolha, no entanto, tem de ser muito bem deliberada e nunca irreflectida, tanto que as componentes biológicas, sociais, culturais, económicas e psicológicas são avaliadas, contextualizados e pensadas, de forma a assegurar a verdadeira autonomia do indivíduo, fazendo com que se apresente a impossibilidade de arrependimento.
Mas porquê esta escolha?
A eutanásia é uma opção a ter em conta quando o doente quer acabar com o sofrimento de que é vítima, sem que haja tratamento reversível ou quando a doença é extremamente prolongada e dolorosa, sem boas perspectivas futuras. Apresentando desde já o meu ponto de vista, causar directamente uma morte sem dor de modo a acabar com o sofrimento de vítimas de doenças incuráveis ou desgastantes, é, sem dúvida, uma opção, senão a única, a ter em conta. Noutras palavras, é matar sob a alegação de um sentimento de compaixão. A eutanásia, como o aborto legal, é um método em que matar ou morrer é representado como uma solução.
Contudo, permitir que uma pessoa morra quando o curso da doença é irreversível e a morte é obviamente iminente por questão de horas ou dias, não é eutanásia. Se o doente estiver lúcido e em condições de se expressar, essa escolha cabe-lhe apenas a ele. Os pacientes têm a liberdade de recusar tratamentos médicos que não lhes trarão cura nem alívio para o sofrimento. Mas quando o doente não está em condições de falar por si mesmo, a família tem o direito de recusar tratamentos caros que não terão nenhum benefício para impedir o andamento da doença.
Quando os tratamentos não trazem nenhum avanço e só ajudam a adiar a morte inevitável, os médicos podem parar os tratamentos para permitir que o doente tenha uma morte natural. Nenhuma dessas acções é eutanásia. Os médicos têm, no entanto, a responsabilidade de dar conforto ao paciente e permitir que este tenha uma morte pacífica.
Muito frequentemente, quando pensam em eutanásia, muitas pessoas pensam em fuga do sofrimento.
Eu acredito que esse seja um caminho para evitar a dor e o sofrimento de pessoas em fase terminal ou sem qualidade de vida, um caminho consciente, que reflecte uma escolha informada e deliberada, que traduz o fim de uma vida em que quem morre não perde o poder de ser digno até ao fim. São raciocínios que participam na defesa da autonomia absoluta de cada ser individual, na liberdade que temos que assenta e se traduz nas escolhas a que temos direito de fazer. Muitas pessoas entendem esta escolha como uma maneira de desistir, eu entendo-a como uma amostra de coragem. Não querendo nunca comparar a eutanásia ao suicido (sendo isto sim, desistir), acabar não só com o sofrimento da própria vítima, acabando também com o sofrimento dos seus familiares, já que estes assistem a todo o doloroso processo da vítima, do definhar, do lento caminhar para a morte, restando sempre uma esperança no fundo de cada um, que na maioria das vezes se torna em mágoa e desilusão, prolongando o sofrimento, sendo a eutanásia, a meu ver, uma grande prova de coragem e altruísmo.
A palavra grega “eutanásia”, literalmente, significa “morte bonita” ou “morte feliz”.
E quem é que poderia ser contra o desejo de morrer bem e feliz?

Silvia Amaral nº25 11ºB

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