“A história da mulher é a história da pior tirania que o mundo conheceu: a tirania do mais fraco sobre o mais forte.”, Oscar Wilde.
A mulher! Durante toda a sua vida, desde a história de Adão e Eva até aos nossos dias, a mulher tem sido discriminada. Eva, a primeira mulher, criada por Deus, foi avisada de que a única coisa que não poderia tocar no Paraíso, era a macieira. Contrariando o aviso, ela colheu a maçã proibida e comeu-a. O facto de Eva ter comido o fruto e persuadido Adão a fazer o mesmo, conduziu-os á expulsão do Paraíso. Será que foi a partir desse momento que a mulher foi vista com outros olhos? A tentação de desvendar o segredo e de contrariar a ordem, atrai as pessoas de ambos os sexos. Então, porque é que a mulher foi e ainda é tão julgada?
Ora, a resposta a essa questão, para mim, é um mistério. A mulher foi sempre vista como uma pessoa que deveria restringir-se às tarefas domésticas e ao círculo familiar. Foi sempre considerada menos dotada, e muito mais frágil para trabalhos árduos ou agrestes, do que os homens.
Muitas quiseram alterar este preconceito, tentando melhorar o seu pequeno mundo, como por exemplo, a figura histórica Joana D´Arc. Joana D´Arc foi uma jovem camponesa que ouviu inúmeras vezes os santos, a pedirem-lhe que entrasse no exército francês. E foi o que ela fez. Chegou mesmo a comandar as tropas francesas, até que certo dia descobriram que ela era mulher. Conspiraram-na inventando mentiras, criticando a forma como ela se vestia e acusando-a de um comportamento imoral. Por ter contrariado a lei do mais forte, acabou por ser executada. É frustrante saber que a mulher não tinha um papel relevante na sociedade. Andava sempre um passo atrás do homem, vivia na sua sombra. E neste caso, Joana D´Arc por ser uma mulher e não um homem, não teve o direito de assumir o controlo. Será que se ela fosse homem seria julgada da mesma forma? Na minha opinião, diria que não.
Penso que se tivessem dado oportunidade ao sexo feminino de expor as suas ideias nas áreas da política, das ciências, das artes, ou qualquer outra temática de extrema importância para o mundo, talvez a mulher poderia ter reclamado os seus direitos mais cedo.
Na perspectiva do reino animal, na maior parte das vezes, os papéis tendem a inverterem-se. Não é o leão que vai á caça, mas sim a leoa. Porém, o leão continua a ser considerado o rei da selva. O mesmo ocorreu com a raça humana. O homem era o caçador enquanto a mulher encontrava-se limitada a cumprir os seus deveres.
Claro que, com o passar do tempo, a mulher conseguiu chegar mais longe, e tem demonstrado que o seu papel na sociedade é fulcral. No entanto, tem sido uma luta árdua e persistente. Actualmente é “livre” . Tem o direito de escolher o seu par, exercer uma profissão que a sustente, e viver a sua vida de forma independente e de acordo com os seus princípios e valores. Contudo, em algumas culturas o seu contributo para a sociedade continua duvidoso.
Por exemplo, em alguns países muçulmanos, as mulheres são privadas dos seus direitos, enquanto ser humano livre. São obrigadas a usar a burca quando saem da sua esfera privada. Além disso, o seu trabalho é doméstico: tratar dos filhos, do marido, da alimentação da família e da casa. Outro caso que também merece a sua atenção, ocorre na Índia. As mulheres indianas não têm o direito de casarem com quem realmente amam. Elas conhecem o seu futuro marido quando ainda são crianças, e a sua palavra não é ouvida. A única opinião que interessa é a dos seus pais. E eu acho que estes problemas deveriam ser alterados para o bem-estar do sexo feminino.
Tal como o Oscar Wilde disse: “A história da mulher é a história da pior tirania que o mundo conheceu: a tirania do mais fraco sobre o mais forte”, e eu concordo com esta frase. Ele entendia que a mulher é mais do que os olhos vêem. Não é só a beleza e a atracção que uma mulher transmite. Também importa (e talvez ainda mais do que a beleza e o superficial) a sua inteligência e personalidade. Oscar Wilde já tinha uma ideia contrária à da sociedade do seu tempo. Ele já tinha a noção de que a mulher deveria estar em pé de igualdade com o homem. Porém, quem teve e quem sempre terá maior poder será o homem. Faz parte da sua natureza. Daí Oscar Wilde, usar a palavra “tirania”, ou seja o mais forte retira o poder do mais fraco, que neste caso é a mulher.
Embora o papel da mulher possa ter sido visto, ou ainda é visto, como indiferente ou inferior ao do homem, o seu lugar na sociedade é tão ou mais importante do que o do homem.
São elas que educam os seus filhos, que os ajudam a ser pessoas melhores, e que a maior parte do desenvolvimento da criança deve-se á mãe. Pode ser considerado um trabalho vulgar, mas para mim acho que é um dos mais notáveis papéis que alguma pessoa tem a honra de desempenhar: a de preparar os seus filhos, que um dia serão grandes homens e mulheres, e que viverão em pleno direito da sua liberdade e direitos adquiridos. A minha única esperança é que um dia todas as mulheres possam alcançar o seu objectivo: o de poderem encontrar o seu legítimo lugar no mundo.
Sem comentários:
Enviar um comentário