sábado, 8 de outubro de 2011

Abate desnecessário!

(texto argumentativo)
O Homem - animal racional, sempre foi capaz de se adaptar ao meio em que vive e às condições que lhe são proporcionadas ao longo da vida, melhor que qualquer outro animal. À milhares de anos o ser humano, ainda no tempo das cavernas, era obrigado pelas suas necessidades fisiológicas a matar animais não só para se alimentar mas como também para se aquecer com as suas peles e se defender, tal como nos dias de hoje. Porém, hoje em dia, os seres humanos não têm o direito de infringir, desnecessariamente, dor e sofrimento a outros, mesmo àqueles que não estão em risco de extinção que é o que acontece.

A escravidão, a exclusão da mulher da sociedade, o nazismo e muitas outras coisas que aconteciam na antiguidade como algo extremamente normal e hoje são consideradas ridículas pela maioria das sociedades, devido à evolução da mentalidade humana. É um ser egoísta o suficiente para olhar apenas pelo melhor da sua espécie e muitas vezes nem isso, pois não se apercebe que a vida é feita de relações causa-efeito e que tudo aquilo que fizer agora, irá reflectir-se mais tarde.
Agora pergunto: como é que o Homem, tendo sido o ser que evoluiu mais rapidamente na história consegue portar-se de uma forma tão irracional?
Como se não tivessem sentimentos, como se não sentissem dor, como se fossem meros objectos, cada vez mais, os animais são vítimas de atrocidades humanas por serem considerados seres que apenas existem na Natureza para usufruirmos deles. Nisto inclui-se a produção de peles, muitas pessoas ainda estão desinformadas em relação ao processo cruel no qual os animais passam para se tornarem uma peça de roupa. Outras, mesmo conscientes disso, usam peles de animais apenas pela vaidade e pela necessidade de afirmação do seu estatuto social.  
(porque as imagens velem mais do que palavras)
Investigações recentemente feitas descobriram que nos métodos de criação e abate, os animais são mantidos em jaulas repugnantes e de tamanho inadequado. Os animais ficam com feridas,  fracturas expostas, infecções respiratórias e tumores cancerígenos que jamais serão tratados por veterinários. Existem várias formas usuais de abate que são: a quebra da coluna cervical, a electrocussão anal, asfixia, envenenamento (...). Algumas vezes os animais ficam apenas atordoados e acordam enquanto estão a ser esfolados sofrendo dores intoleráveis ainda vivos. Em alguns locais, para que a pele fique intacta, corta-se a língua do animal deixando-o a sangrar até morrer. Na maioria dos casos muitos seres continuam a contorcerem-se e a lutarem pela vida. Pendurados num gancho ou deitados  para a retirarem-lhes a pele, muitos ainda estão conscientes e mexem-se, numa inútil tentativa de fuga. Mortos ou não, é indiferente para quem lhes tira a pele pela cabeça. Os corpos despidos, em sangue, são atirados para cima de outros corpos semelhantes. Depois de alguns minutos muitos mamíferos ainda apresentam pulsação e piscam os olhos. Na China por exemplo, onde não existem direitos dos animais, isto acontece a milhares de coelhos, coiotes, raposas, martas, guaxinins, cães e gatos… Não gostaria que a espécie do meu animal de estimação ao  qual tenho um grande carinho passasse por  nada disto, muito menos por uma peça de roupa nos dias de hoje! Gostavas?!
Para fazer um casaco de peles de comprimento médio matam-se:  125 Arminhos 100 Chinchilas  70 Martas-zibelinas  50 Martas canadianas  30 Ratos almiscarados  30 Sariguéias  30 Coelhos  27 Guaxinins  17 Texugos  14 Lontras  11 Raposas douradas  11 Linces  09 Castores… ao todo são aproximadamente 524 animais por uma peça de roupa. Consideravelmente um abuso da vida animal.

Obviamente que as pessoas necessitam de condições, como não passar frio no Inverno, por exemplo. No entanto, com a evolução da tecnologia têxtil temos à disposição tecidos semelhantes às peles de animal e possivelmente melhores do que as peças originais. Muita gente tem tendência para apontar o dedo e dizer que os tecidos sintéticos são mais prejudiciais ao meio ambiente, mas é mentira. De acordo com a Ford Motor, a produção de um casaco de peles de animais gera um maior desperdício de energia em comparação com a confecção de um casaco de pele sintética: gasta-se três vezes mais quando o animal é apanhado em armadilhas e quarenta vezes mais se o animal for criado em cativeiro e o rendimento é muito mais baixo. Isto, sem ter em conta que as roupas sintéticas duram muito mais tempo e são muito mais acessíveis. Apesar de caras, para durarem mais tempo, as peles animais são tratadas com substâncias químicas altamente tóxicas, que são depositadas em terras aráveis e rios. Segundo o Center for Disease Control and Prevention (CDC), nos Estados Unidos, há maior incidência de casos de câncer em pessoas que vivem próximas a curtumes.
Algumas alternativas são o algodão, canvas, náilon, vinil, ultrasuede etc…
Mesmo com isto as pessoas dizem: “Mas os animais vão ter de ser mortos para alimento!”.
Muitas empresas justificam-se com isso a dizer que são um subproduto da indústria de alimentação mas um animal nunca serve para essas duas coisas simultaneamente, tendo em conta as formas de abate atrás mencionadas e as condições em que estes sobreviviam estes bichos de cativeiro nunca poderiam servir para alimentação.
Existem leis em muitos países que proíbem os maus-tratos aos animais, mas os governos não dispõem de funcionários que fiscalizem todos os estabelecimentos comerciais, a luta contra a tortura e o abate desnecessário de espécies não cabe só às autoridades mas também a cada um de nós, não como cidadãos mas seres viventes neste planeta, é com simples actos que se dão grandes mudanças! Ao utilizar pele sintética passamos a mensagem de que nos preocupamos connosco, com os animais, com o planeta não apenas connosco (e aqueles que não prescindem da moda podem ao mesmo tempo usufruir dela sem danificar mais o mundo), ao contrário da pele de origem animal, que definitivamente é fruto de uma indústria fútil, cruel e injustificável. A mudança de hábitos faz bem a toda a gente, além de preservar a vida de outras espécies e ao mesmo tempo a nossa!




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