quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Recompensa, mérito e valores na obra "Os Lusíadas"

   Entre as estrofes noventa e cinco e noventa e nove, do canto VI, conseguimos encontrar as definições de "Fama" e "Glória". Estes conceitos são acompanhados por uma crítica à sociedade, como o autor faz ao longo da sua obra.
   Após todas as dificuldades que os navegadores passaram ao longo da viagem, as naus portuguesas chegam finalmente à Índia. Esta chegada simboliza o triunfo e a glória do povo português. Porém, Luís de Camões afirma que o homem só irá alcançar a verdadeira glória se desprezar as «honras e o dinheiro», «os luxos e requintes supérfluos» e vencer a vontade que este tem de as dominar. Só depois é que o indivíduo alcança a fama e a glória, ou por outras palavras, a imortalidade. O autor também exemplifica meios para atingir estas virtudes, como por exemplo: «As navegações árduas por regiões inóspitas, à custa de sofrimento».
   Concordo com o que o autor está a dizer, pois considero a fama e a glória bastante difíceis de alcançar. As pessoas que realizam feitos memoráveis só para terem dinheiro ou luxos, não merecem as suas recompensas. O que se deve fazer é exactamente o que o Luís de Camões explica, apenas aqueles que alcançam a honra, a fama e a glória  por mérito próprio é que poderão ser valorizados, através de recompensas. Porém, estas não são materiais. São recompensas que valorizam o trabalho árduo do herói e a maneira como este superou a vontade de adquirir esses bens materiais. 
   Concluo dizendo que nesta parte de "Os Lusíadas", os navegantes completaram finalmente o objectivo que tinham em mente. Mais para à frente da obra, iremos ver estes a serem compensados, no episódio da Ilha dos Amores. Esta ilha vai representar a única recompensa digna de um feito tão grandioso como descobrir o caminho marítimo à Índia.

Sem comentários:

Enviar um comentário