sábado, 6 de outubro de 2012

Canto VI, 95 - 99, Os Lusíadas

  Nestas estrofes do canto VI podemos notar os conceitos de valor, sofrimento, companheirismo, mérito e recompensa.
  Em cinco estofes apenas, Camões fala-nos destas cinco valiosas coisas e de como é importante que as admiremos. Começando pelos valores que cada um de nos deve ter, passando pelo sofrimento e companheirismo que tais valores às vezes implicam e acabando no mérito e recompensa, é-nos dada uma crítica há sociedade por esta se concentrar demasiado nas coisas supérfluas que para nada interessam sem ser para as aparências.
  Temos passagens como:
  "Não encostados sempre nos antigos troncos nobres dos seus antecessores" - reconhecidos pelos seus feitos e não gabando-se daquilo que os seus antepassados fizeram, lutando pelo que queriam;
  "Desprezando honras e dinheiro" - pessoas com verdadeiros valores não se interessam pelo dinheiro;
  "Sofrendo tempestades e ondas cruas (...) temperado com hum árduo sofrimento" - sofrendo para alcançarem aquilo em que acreditam, cuidam uns dos outros, ajudando-se. O companheirismo é marcado pelo sofrimento de perder os seus.
  "As honras que ele chame próprias suas; vigiando e vestindo o forjado aço" - tudo o que alcançaram pertences-lhes, lutaram para tê-lo, o mérito é todo deles.
 Devido aos seus valores e ao sofrimento pelo qual tiveram de passar, serão recompensados. Alcançaram tais feitos, tais grandiosidades que a sua recompensa terá de ser divina. Qualquer coisa abaixo disso seria menosprezar os seus feitos gloriosos. "subirá, como seve, a ilustre mando" - aqueles que se dignificam pela capacidade de luta e sofrimento alcançam a eternidade pelos seus esforços, pelo mérito e pelos valores que carregam consigo. Tais feitos e tais pessoas nunca serão esquecidos.

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