segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O que é realmente a democracia?!



Democracia é um regime de governo em que o poder de tomar decisões políticas está com os cidadãos, directa ou indirectamente, por meio de representantes eleitos.
Mas será que o voto por si só torna um regime numa democracia?
A democracia não pode ser exercida apenas nas celebrações históricas ou quando votamos.
 Sem dúvida que o voto é importante e confere-nos a possibilidade de escolher por quem somos representados.
Mas com a democracia surgem também novos direitos, valores que têm de ser tomados em consideração.
O que nos faz duvidar se vivemos realmente numa democracia é a falta de um valor que tem de estar na base de qualquer sociedade, a justiça!
Num regime democrático tem de vigorar a igualdade e a justiça, mas infelizmente nem sempre é o que acontece.
Para o desenvolvimento de um país, sem dúvida que é imprescindível o sucesso de áreas como a saúde ou a educação, mas sem a justiça nenhuma delas será suficiente.
Precisamos de sentir que votamos e somos representados por pessoas que procuram o melhor para o país, mas sobretudo para aqueles que o habitam, que tomem medidas proporcionais a todas as classes e que a política não seja desacreditada por falta de equidade.
A política é fascinante, um mundo onde se pode lutar por ideias, ser empreendedor e tentar ajudar directamente as pessoas.
Mas não é esta a ideia que a maioria de nós tem, desde pequenos que ouvimos a sociedade criticar a classe política, porque não sentem um equilíbrio entre aquilo que lhes é exigido e os exemplos de quem os governa.
Tudo isto descredibiliza uma democracia, quando sentimos que o esforço é só de alguns deixamos de pensar em conjunto como uma verdadeira sociedade e centramo-nos apenas em nós e naqueles que nos são mais próximos.
Começamos também nós a viver acima das possibilidades, na verdade o estado é uma empresa de todos, e é assim que deveria ser visto, é necessária uma visão de conjunto para que todos nós o preservemos em vez de o explorarmos.
Temos o exemplo de Portugal, um país democrático, com um óptimo clima, sem conflitos religiosos ou terrorismo, um país em que durante anos ouvi falar em crise, mas a forma como via toda a gente viver não me levava a dar grande valor a esta palavra.
Os portugueses viviam de créditos e o próprio estado vivia acima das suas possibilidades.
Numa democracia nós votamos em partidos ou em pessoas conforme sejam eleições legislativas ou presidenciais. Nestas ocasiões são apresentados programas eleitorais e verificamos que os mesmos nem sempre são cumpridos.
Temos de ter a capacidade e o direito à indignação, não nos podemos conformar e temos de lutar pelos nossos direitos e mostrar aqueles que não tem esperança que é possível lutar em conjunto, é importante influenciarmo-nos uns aos outros na vontade de melhorarmos o nosso país, por nós e pelas próximas gerações, que se pensarmos já devem ao estado por erros que não são deles.
Isto é justo?
Não é, mas a dívida tem de ser paga, os erros não desaparecem.
Mas à sempre a possibilidade da mudança, alterações profundas que mexam com muitas ideias que já estão enraizadas em nós, temos de olhar para o passado e aprender, para não cometermos os mesmos erros.
A figura central do estado têm de ser os cidadãos, a política tem de ter como fim as pessoas!
 Os cidadãos não se podem sentir violados nos seus direitos, tem de haver respeito por aqueles que sempre trabalharam e contribuíram com os seus impostos para mais tarde terem direito a uma reforma condigna e proporcional à sua vida laboral, o que cada vez mais está posto em causa.
Isto é democracia?
A falta de preocupação com as necessidades básicas do ser humano é incompreensível.
Tem de haver prioridades e as pessoas são a prioridade!
Foram anos em que houve imensos erros sem dúvida, algo tem de mudar, concordo. Mas não de um dia para o outro, é necessário tempo para nos restabelecermos, criarmos metas sem que isso comprometa o essencial para as pessoas.
Este não é um assunto controverso, penso que é um ponto comum na reflexão de todos os cidadãos, no entanto isso não acontece, o governo toma as suas medidas independentemente da calamidade que isso possa gerar, principalmente quando as pessoas não têm exemplos de sacrifícios dos decisores políticos.
Quando a justiça começar a funcionar em pleno e as pessoas forem responsabilizadas pelos seus actos, com alguma rapidez, para não se verificar a comum prescrição de casos que só revolta as pessoas, talvez aí possamos todos juntos lutar por uma sociedade mais justa, onde haja fiscalização e espaço para o empreendedorismo, oportunidades para novas ideias, uma sociedade em que os políticos saibam o que é a vida quotidiana e aquilo que realmente tem importância para o bem comum!
Os portugueses são conhecidos por serem bons e solidários, precisamos de sonhar, mas com consciência dos limites.
Precisamos da cultura e de alargar os horizontes e não nos cingirmos ao materialismo da vida.
É necessário sabermos o nosso valor, mesmo antes de sermos valorizados no estrangeiro, porque só com tudo isto podemos viver numa verdadeira democracia onde vigore a responsabilidade individual de cada um, a liberdade e a JUSTIÇA!
 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário