sábado, 14 de janeiro de 2012

Frei Luís de Sousa, Drama Romântico ou Tragédia Clássica

   Frei Luís de Sousa, tanto tem características de Drama Romântico como de Tragédia Clássica.  Garrett decidiu não respeitar a estrutura formal da Tragédia Clássica, uma vez que esta obra se trata de um tema nacional e recente, e não de um tema da Antiguidade como acontece nas Tragédias Clássicas.
     Na Tragédia Clássica, as personagens desafiam o destino. Madalena casa com Manuel de Sousa Coutinho sem ter a certeza de que o primeiro marido está morto e Manuel incendeia o seu palácio para não receber os governantes castelhanos, o sofrimento e a aflição das personagens vai-se acentuando, à medida que a acção continua. Maria morre e os pais “morrem para o mundo”, vão para o convento, há um despertar no público de dois sentimentos: o terror e a piedade.
  O Homem torna-se simplesmente um brinquedo do destino, isto é, funciona como uma marioneta comandada por uma força superior. Podemos comprovar isto em Frei Luís de Sousa, porque chegamos à conclusão que o destino é uma força superior implacável, e quando desafiado pode originar consequências terríveis.
     Já no Drama Romântico, a acção decorre numa época histórica de resistência, de afirmação e defesa do nacionalismo. Remete para a crença no mito de D. Sebastião tinha “desaparecido” em Alcácer - Quibir e o seu regresso era a esperança que restava para a recuperação da independência de Portugal. Também é possível observar isto em Frei Luís de Sousa, por exemplo quando Madalena conta o dia em que conheceu Manuel de Sousa como uma das infelicidades da sua vida, isto porque se acabou por apaixonar por ele, e como sabemos, essa paixão condicionou todo o desfecho da obra.
    É através destas duas comparações que concluímos que Frei Luís de Sousa é uma junção de ambas, isto é, uma junção de Drama Romântico com Tragédia Clássica.
  Poder-se-ia considerar Frei Luís de Sousa como uma Tragédia Romântica.

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