domingo, 9 de dezembro de 2012

Relação entre Proposição e estrofes finais da obra "Lusíadas"



Nas estrofes da proposição Camões apresenta o que se propõe a contar dizendo “Cantando espalharei por toda a parte”. Ficamos a saber que ao longo da obra vão ser faladas “As armas e os barões assinalados”, ou seja, todos aqueles homens que cheios de coragem descobriram, “por mares nunca dantes navegados”, novas terras, fazendo “Mais do que prometia a força humana”.
Ouviremos “Daqueles Reis que foram dilatando”, os reis que contribuíram para que a fé cristã se espalhasse por novas terras contribuindo para o crescimento do Império Português.
“E aqueles que por obras valerosas, se vão da morte libertando” serão enaltecidos pela dignidade e merecimento de um reconhecimento pelos feitos heróicos. Estes cujo espirito nunca morre são comparados a figuras mitológicas e apresentados como figuras de importância quase divina.
Portanto na proposição são apresentados com entusiasmo os homens ilustres fundadores de um maravilhoso império e os feitos que serão cantados.
Nos últimos versos da obra o poeta caracterizasse como humilde, baixo e rudo tendo consciência que não era conhecido pelo seu rei. O reconhecimento sabe que por vezes é feito pela boca dos pequenos apenas. Mesmo modesto sabe-se já credenciado de experiência e engenho poético, suas características que juntas se encontram raramente.
Camões diz que partiu á conquista pela pátria e agora o enaltece inspirando-se nas musas. Falta-lhe no entanto o reconhecimento que tanto deseja e o preenche. Oferece-se portanto a D. Sebastião para o servir nas armas e para cantar os seus feitos numa nova epopeia demonstrando enorme entrega e confiança. Termina referindo figuras míticas de grandeza admirável dando a entender que admira o rei jovem e fonte de esperança.
É clara a diferença no discurso no início e no fim da obra. Penso que Camões começa com positivismo e enchesse de entusiasmo por pertencer a uma nação tão nobre como a que descreve. Os feitos que vão ser cantados dão-lhe alento e as figuras de coragem de que vai falar dão a entender a origem nobre de Portugal. No entanto no fim da obra Camões não parece realizado pois mesmo com os feitos que presenciou e contou não recebe o reconhecimento que pensa merecer. O fim apaga um pouco o heroísmo que se sente no início pois o poeta dá a entender que quem merece nunca tem o valor devido.

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