Nas estrofes da proposição Camões
apresenta o que se propõe a contar dizendo “Cantando espalharei por toda a
parte”. Ficamos a saber que ao longo da obra vão ser faladas “As armas e os
barões assinalados”, ou seja, todos aqueles homens que cheios de coragem descobriram,
“por mares nunca dantes navegados”, novas terras, fazendo “Mais do que prometia
a força humana”.
Ouviremos “Daqueles Reis que foram
dilatando”, os reis que contribuíram para que a fé cristã se espalhasse por
novas terras contribuindo para o crescimento do Império Português.
“E aqueles que por obras valerosas,
se vão da morte libertando” serão enaltecidos pela dignidade e merecimento de
um reconhecimento pelos feitos heróicos. Estes cujo espirito nunca morre são
comparados a figuras mitológicas e apresentados como figuras de importância
quase divina.
Portanto na proposição são
apresentados com entusiasmo os homens ilustres fundadores de um maravilhoso
império e os feitos que serão cantados.
Nos últimos versos da obra o poeta
caracterizasse como humilde, baixo e rudo tendo consciência que não era
conhecido pelo seu rei. O reconhecimento sabe que por vezes é feito pela boca
dos pequenos apenas. Mesmo modesto sabe-se já credenciado de
experiência e engenho poético, suas características que juntas se encontram
raramente.
Camões diz que partiu á conquista
pela pátria e agora o enaltece inspirando-se nas musas. Falta-lhe no entanto o
reconhecimento que tanto deseja e o preenche. Oferece-se portanto a D.
Sebastião para o servir nas armas e para cantar os seus feitos numa nova
epopeia demonstrando enorme entrega e confiança. Termina referindo figuras
míticas de grandeza admirável dando a entender que admira o rei jovem e fonte
de esperança.
É clara a diferença no discurso no
início e no fim da obra. Penso que Camões começa com positivismo e enchesse de
entusiasmo por pertencer a uma nação tão nobre como a que descreve. Os feitos
que vão ser cantados dão-lhe alento e as figuras de coragem de que vai falar
dão a entender a origem nobre de Portugal. No entanto no fim da obra Camões não
parece realizado pois mesmo com os feitos que presenciou e contou não recebe o
reconhecimento que pensa merecer. O fim apaga um pouco o heroísmo que se sente
no início pois o poeta dá a entender que quem merece nunca tem o valor devido.
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