domingo, 9 de dezembro de 2012

Lusíadas Canto VI (95-99)



Nestas estrofes os portugueses alcançam o destino tão desejado e o poeta exprime a sua opinião sobre conceitos como mérito, valor e recompensa. Os perigos presentes na viagem são descritos, assim como as atitudes do povo em geral e a chegada é vista como a recompensa final daqueles que tanto a ambicionaram.
Camões preocupasse em distinguir a maneira justa e admirável de proceder na vida daquela que é vergonhosa mas praticada por muitos. Assim enumera aspectos fúteis da vida daqueles que se encostam aos feitos dos antepassados vivendo á custa do que conquistaram por eles, sendo essas conquistas de que se aproveitam uma farsa, visto que com nada contribuíram para que acontecessem. Deste modo vivem sem valores ou esforço, não conhecendo o perigo e o trabalho que tornam o homem forte e corajoso, capaz de abrir caminho e obter as regalias com as suas próprias mãos. Estes homens que encaram as dificuldades e contrariedades de forma heróica têm mérito próprio só conseguido com ousadia.
A recompensa é assim justa se conseguida com luta e não com luxos e comodidade. Fica também claro que quem experiencia e sente na pele o temor e o padecimento ignora as honras e o dinheiro não precisando de fortunas fúteis para ser um homem realizado. A recompensa não é algo que admirem pois desprezam honras, nunca vivendo para elas. A estes bons portugueses que fazem da sua glória a verdadeira glória do seu país a recompensa chega sempre. São estes que a merecem porque escreveram o seu destino e não a aceitaram simplesmente mas batalharam por ela, são estes portugueses que viveram a viagem até á Índia.

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