terça-feira, 15 de março de 2011

Justiça

No seguimento de uma conversa com Alice, o rato explica-lhe a verdadeira razão do seu ódio por cães e gatos. Conta que um dia, passou por uma situação, a eu ver, bastante injusta. Disse-lhe que fora, um dia, acusado por Fúria, uma cadela. Era acusado de injúria capital e iria ser julgado sem tribunal, onde a cadela seria juiz e jurada. O rato achou esta situação extremamente injusta, pois ele não podia fazer nada contra a cadela, que era grande e forte e ele, não passava de um ratinho. Claro que, como tudo, no livro A Alice no País das Maravilhas o conceito de justiça não é igual ao do mundo real. Estamos a falar de um mundo de fantasia. Um mundo onde os animais falam e vêem as horas e onde as pessoas encolhem e diminuem.
Nesta passagem encontra-se a primeira referência ao conceito de justiça no livro. Este conceito de justiça é apresentado nesta historia de uma forma muito “sui generis”, pois ao contrário do conceito que existe na sociedade normal, onde a justiça é feita nos tribunais com todos intervenientes que o ser humano achou necessário, juiz, jurados, advogados… nada disso se passa com Alice e o seu mundo de fantasia. Nesse mundo dela, o conceito de justiça é transmitido pura e simplesmente em proveito próprio de uma única pessoa e não da sociedade. Neste caso em particular, da cadela. Ela prescindia de tudo para alcançar o seu objectivo imediato, comer o rato, para realizar os seus próprios desejos, sem pensar nas consequências que poderiam ter.

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