sábado, 9 de abril de 2011

Correcção do teste de 23/03/2011

I
1.
Esta passagem situa-se no segundo capítulo do livro A Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.
Depois de crescer exponencialmente, Alice apercebe-se que já nem tem controlo nos seus próprios pés e cogita nas melhores maneiras de os poder calçar. Enquanto isto, Alice tem uma crise de identidade pessoal, não sabendo quem é realmente.
Ela está numa fase de transição entre a infância e adolescência. Nesta altura, dão-se muitas alterações numa pessoa. É isto que acontece com Alice, de uma forma um pouco exagerada. Nesta transição aparecem muitas dúvidas sobre quem somos, e Alice não é excepção.
Perante este repentino crescimento, Alice fica com dúvidas sobre quem ela é. Chega mesmo a pensar que pode ser alguma das suas amigas, Ada ou Mabel. A rapariga testa-se a si própria para tentar perceber se é alguma das duas amigas. Depois de um tempo de introspecção, Alice chora, pensando que ficará para sempre sozinha.
Dada a altura de Alice, as suas lágrimas formam um enorme rio, no qual ela nadará, quando, pouco tempo depois, voltar a diminuir.


2.
Perante uma brusca mudança física, Alice vê-se confusa quanto ao que é realmente, chegando a pensar: “deixa-me cá ver: seria eu a mesma pessoa quando me levantei esta manhã?” Com esta reflexão, Alice mostra que está a passar por uma crise de identidade pessoal. Chega o ponto (um tanto extremo e exagerado), de pensar que deixara de ser ela própria e se tornaria numa das suas amigas.
Alice está numa fase de transição, onde dúvidas como “Quem serei eu?” são frequentes. Mas ela chega mesmo a pensar que se tornou noutra pessoa, pois, no seu mundo tão próprio e com a sua imaginação e familiarização com o fantástico, tudo seria possível.
Estas dúvidas vão sendo combatidas ao longo da história, e Alice vai demonstrando mais confiança e maturidade.


3.
Vendo-se numa situação de dúvida e pensando que poderá ser alguma das suas amigas, Alice começa a auto-testar-se.
Depressa percebe que não pode ser Ada, pois, fisicamente, existem diferenças - Alice não tem um único caracol, enquanto que o cabelo de Ada se encontra cheio deles.
Resta-lhe ver se não se terá transformado em Mabel. Não repara em nenhum pormenor físico, concentrando-se apenas no que ela acha que melhor descreve Mabel – ignorância.
Alice não passa nos seus próprios testes de Matemática e Geografia e, por momentos, pensa que pode ser Mabel.
Um pouco depois, Alice pensa como será quando a forem procurar à toca. Ela diz que, perante um pedido que regresso, responderá “Então quem sou eu?” Se Alice estivesse ciente de que é Mabel não perguntaria isto. Possivelmente, ela não quer ser Mabel, pois não quer “ir viver para aquela casinha apertada, sem ter quase nenhuns brinquedos para brincar”.
Vê-se, então, novamente numa situação de dúvida. Não percebeu em quem se “transformou”.


4.
Tendo passado por todo o processo de introspecção, Alice continua sem perceber quem é realmente.
Mostra-se disposta a ser qualquer pessoa, na condição de gostar do escolhido – “se eu gostar dessa pessoa, eu subo; senão, fico cá em baixo ate ser outra pessoa qualquer”.
Vendo esta análise, percebemos que o conceito de identidade pessoal para Alice é algo muito vago. Para além de pensar que é outra pessoa, acha também que, com o decorrer do tempo, se poderá “transformar” ainda noutra.
Todo este espírito de inquietação e dúvida levam a rapariga a ficar sem saber quem é realmente.
A inquietação e o medo invadem-na e começa a chorar desalmadamente, pensando que ficará para sempre sozinha e que nunca saberá quem é.


II
1.
No livro Alice no País das Maravilha, existem várias marcas de referência ao termo justiça.
No primeiro caso participam a cadela, Fúria, e o rato. A cadela diz que quer condenar por “injúria capital”. O rato tenta defender-se, pedindo juiz e jurados. Perante tal sentença, a cadela afirma que ela própria seria juiz e jurada.
Dado que a cadela era maior e mais forte, o rato nada poderia fazer para se defender.
Outro exemplo é o julgamento de Alice por roubo de tartes. A rainha, que é mais forte, toma todas as decisões pois sabe que ninguém a poderá contrariar.
No livro Alice, ao falar de justiça, fala-se da chamada “lei do mais forte”, onde quem manda é o mais forte. Esta ideia está também presente no livro em termos de comida, pois, em diversas situações, se vê um animal comer outro, mais pequeno, mais fraco.
Ao inicio, Alice mostra desagrado face à ideia de justiça no seu país fantástico. Ela está habituada ao sistema de justiça do mundo real. É uma das vezes em que Alice pensa de acordo com a realidade e não com a fantasia.

III
Em Alice no País das Maravilhas, justiça é apresentada como “a lei do mais forte”. Decide sempre o mais forte, o maior, o que tem o poder… Não interessa se a razão está do lado do mais pequeno se ele não pode fazer nada para impedir os mais fortes, ou acaba na sua barriga!
Pessoalmente acho esta noção de justiça totalmente errada. Se, por exemplo, um homem grande, forte, corpulento, roubar uma rapariguinha de dez anos, este deverá sair impune? Deverá ser ele a decidir o que acontece? Como é óbvio, não. O senhor deverá ser castigado e o julgamento deverá ser feito por alguém totalmente imparcial.
A menina nada poderá fazer. Afinal, ela não pode lutar com o homem para recuperar o que é seu.
Segundo os meus padrões de justiça, os nossos direitos e deveres devem ser todos iguais, independentemente do nosso tamanho, cor de pele, crença religiosa, posição social…
Também acho que deve julgar alguém que não participou no crime. Essa pessoa deverá ser totalmente imparcial.
Justiça é isso mesmo, igualdade dos direitos. Pagar o mesmo pelo mesmo acto, independentemente de quem o realizou.
O conceito de justiça no livro da Alice existe naquele mundo de fantasia, mas tal não seria possível no mundo real.

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